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Corinthians tem que se virar para substituir seu escudo anticrise: Guerrero

Do UOL, em São Paulo

20/10/2014 06h00

O Corinthians perdeu de forma inesperada por 4 a 1 para o Atlético-MG na última quarta-feira, foi eliminado na Copa do Brasil e viveu dias de crise durante a última semana. A torcida foi ao CT Joaquim Grava, protestou, se reuniu com o presidente Mario Gobbi, pediu a cabeça do técnico Mano Menezes e criticou tudo. Tudo, menos o atacante peruano Paolo Guerrero. Agora, depois da vitória por 2 a 1 sobre o Internacional, ele está suspenso para o jogo de quarta-feira, contra o Vitória. O Corinthians não perde só seu melhor jogador, mas também aquele que funcionou de escudo para a crise relâmpago.

O herói do Mundial de 2012 foi o único poupado pelos torcedores que protestaram. Pela história no clube, também, mas principalmente pelo comprometimento e pelo desempenho demonstrado nos últimos jogos. Foi ele quem decidiu novamente neste domingo. Fez o primeiro gol da partida ao tirar da jogada um defensor com o domínio de bola e finalizar firma para as redes. Não há, no elenco, outro escudo para a crise. Assim como não há, também, um atacante como ele.

A eliminação na Copa do Brasil fez com que o Corinthians ficasse em situação se alarme para com a própria torcida mesmo tendo vencido no final de semana. A prova é a reunião de Mario Gobbi com membros da Gaviões da Fiel dentro do Parque São Jorge. No encontro, foi pressionado pela demissão do técnico e disse que o manteria até o fim do contrato, pelo menos, que se encerra ao término do Brasileirão. Um possível tropeço contra o Vitória, sem Guerrero para salvar o ataque e a crítica, por exemplo, podem fazer renascerem as críticas.

Dentro de campo, Mano Menezes parece já saber o que fazer para tentar suprir a carência do peruano. O jovem Malcom, de 17 anos, tem tudo para ser o escolhido.

"É claro que o Guerrero faz falta. Mas já jogamos sem ele e conseguimos vitórias importantes. Posso usar Malcom, posso usar Guerrero, posso usar Luciano. O importante é que o grupo deu a resposta que precisávamos e agora temos tranquilidade para pensar adiante. Na quarta-feira teremos um jogo importantíssimo e vamos focar nisso", falou Mano Menezes, ainda em Porto Alegre.

O Corinthians também tem vivido com uma divisão de pensamentos dentro do elenco. Membros da comissão técnica e estafe de alguns dos jogadores relatam que alguns dos mais experientes, com mais tempo de clube, como Paolo Guerrero, se incomodam com o que avaliam ser falta de comprometimento por parte dos mais novos, que chegaram ao clube em 2014. Foi isso que o goleiro Cássio quis dizer ao sair de campo transtornado após a eliminação no Mineirão: "Tem gente que parece que não está preparada para jogar no Corinthians".

Mano Menezes falou, neste domingo, também sobre essa retomada do nível de exigência que espera da equipe. "Pela qualidade do adversário, era possível jogarmos bem e não vencer. A resposta que precisávamos dar era de comportamento. Passamos um momento difícil no jogo, mas soubemos reagir. Não aceitamos o domínio do Internacional com passividade. É o mais importante que levamos daqui", falou.