Uma vitória em outubro e defesa em crise explicam queda do Inter

Depois de 19 rodadas, o Internacional está fora do G-4 e a queda é resultado de uma equação simples. Com apenas uma vitória nos últimos cinco jogos, o time dirigido por Abel Braga despencou da segunda para quinta colocação. A defesa - intimamente atrelada ao pífio aproveitamento recente, completa a sentença. Neste mês, o time gaúcho levou quase 40% de todos os seus gols sofridos no Campeonato Brasileiro.

Em outubro, o Inter perdeu para Cruzeiro, Chapecoense, Corinthians e mais recentemente o Flamengo. Ganhou apenas do Fluminense, em Porto Alegre. Cinco jogos com quatro gols marcados, 12 sofridos e aproveitamento de 20%. Para efeito de comparação, o lanterna Criciúma tem 33% de pontos conquistados. Ou seja, mais que o time de Abel Braga neste mês.

“Esse grupo está passando por um momento que precisa superar”, admitiu Abel Braga. “É um momento em que nós não estamos com grandes problemas de contusão. Esse momento é totalmente negativo, mas temos que confiar no grupo”, completou o técnico.

A derrota para o Cruzeiro, em Belo Horizonte, praticamente alijou as chances de título do Colorado – eliminadas nas rodadas seguintes. E também desencadeou uma série de falhas clamorosas na parte defensiva. O ápice dos problemas, contudo, veio no jogo seguinte.

Diante da Chapecoense, em busca de um milagre para voltar a encostar no líder, o Inter foi humilhado. Perdeu por 5 a 0 com direito a terminar o confronto com Rafael Moura no gol (substituindo o expulso Dida). No vexame, o lateral direito Gilberto e o zagueiro Paulão foram muito criticados por falhas nos primeiros dois gols da equipe catarinense.

Contra o Flu, vitória e alívio. Mas com nova falha defensiva. Outra vez com problemas pelo alto,com Fred marcando aos 40 minutos e obrigando o Colorado a sair para o abafa no final da partida. Aliás, dos 12 gols sofridos em cinco partidas, sete foram de bola aérea.

“Em um piscar de olhos o outro time faz o gol. Jogada de lateral, por exemplo, levamos gol contra Cruzeiro e Corinthians assim. Agora de novo (contra o Flamengo). Isso é o trabalho da semana, temos que ajeitar. Se dormir dentro das quatro linhas, você toma o gol mesmo”, falou o lateral esquerdo Fabrício – também contestado pelas atuações irregulares.

Apesar da queda, dos problemas crônicos, o Inter não cogita trocar o comando técnico. Abel Braga segue no cargo até o final do contrato, em dezembro. E tenta liderar uma reação no vestiário vermelho, que consiga estancar as falhas defensivas.

No sábado, às 21h, o Internacional terá a última partida de seu calendário em outubro. O confronto com o Bahia, válido pela 31ª rodada, pode aumentar o aproveitamento no mês e – combinado com um tropeço de Corinthians ou Atlético-MG (que enfrentam Palmeiras e Sport, respectivamente), e devolver um lugar no G-4.