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Queda ameaça Cruzeiro, mas vantagem de 7 pontos anima líder do Brasileirão

Do UOL, em Belo Horizonte

24/10/2014 06h00

Líder do Brasileirão com 60 pontos, o Cruzeiro segue oscilando no returno e até o momento não conseguiu sequer emendar duas vitórias seguidas. Pelo histórico dos pontos corridos, a queda acentuada de produção é preocupante. Porém, nenhum time conseguiu reverter sete pontos de vantagem restando apenas oito rodadas para o término da competição.

Desde que o Brasileirão passou a ser disputado no formato de pontos corridos, em 2003, geralmente terminar o turno na liderança tem sido um aspecto positivo. Em oito das 11 edições nesse formato de disputa, quem acabou a primeira metade da competição à frente acabou campeão.

Isso só não ocorreu em três ocasiões: em 2008, 2009 e 2012, quando os ‘campeões’ do turno tiveram uma acentuada queda de produção na segunda metade da competição, semelhante a que o time celeste vive no momento e terminaram com o vice-campeonato.

Em 2008, o Grêmio viu o aproveitamento cair de 74% para 54%. No ano seguinte, o rival Inter teve um rendimento de 64% no turno e caiu para apenas 49% na parte final. O Atlético-MG, em 2012, foi o último a passar por essa situação. Depois de ter um desempenho recorde de 75%, desabou para 51% e perdeu a taça.

A campanha atual do Cruzeiro é muito parecida com a de Grêmio e Atlético-MG. O time celeste teve 75% no turno, com 43 pontos conquistados em 57 possíveis. Já no returno, faturou apenas 17 dos 33 em disputa, o que representa 52% do total.

Se não conseguir melhorar esse rendimento até o fim, o time de Marcelo Oliveira pode correr risco de perder o caneco, pois se mantiver esse ritmo terminaria o returno com apenas 29 pontos e com 72 no total. Foi a mesma pontuação que Grêmio e Atlético-MG foram vice-campeões.

Por outro lado, a vantagem de sete pontos ainda é bastante confortável e nenhum time conseguiu tirar uma diferença tão grande na história a esta altura competição. Todos os times que tinham uma distância igual ou maior foram campeões: vide São Paulo, em 2006 e 2007, Fluminense, em 2012, e o próprio Cruzeiro em 2003 e 2013.

A maior reação foi do Flamengo, em 2009. Na 30ª rodada, o time estava na segunda colocação e a quatro pontos do Palmeiras. A equipe terminou com o título, cinco pontos à frente do alviverde e com dois de vantagem para o Inter, que foi o vice. Um ano antes, o São Paulo estava na quarta posição e a três do líder Grêmio. O tricolor paulista conseguir conquistar o título com três pontos a mais que os gaúchos.

Em função da boa margem para os adversários, os jogadores pregam calma para minimizar os erros e conquistar o título. “Conseguimos uma sequência muito boa no campeonato e conquistamos essa gordura necessária. Temos que ver o que está acontecendo, corrigir os erros e manter essa mesma alegria. Esse grupo é muito bom e vencedor”, disse Dagoberto, que está em busca do pentacampeonato brasileiro.

O volante Henrique, por sua vez, comemorou a irregularidade dos concorrentes. “Que bom que quando a gente tem um resultado não tão bom, os adversários que estão próximos acabam não somando. Isso tem sido favorável, está nos ajudando. Temos que contar com isso. Claro que não gostaríamos, gostaríamos de contar só com a nossa vitória, mas faz parte. A competição é muito concorrida, e que bom que está sendo dessa maneira”, ressaltou.

E de fato o desempenho dos rivais do Cruzeiro também não é dos melhores. Apesar da queda do time celeste no returno, o São Paulo tem a exatamente a mesma campanha e não conseguiu reduzir a vantagem de sete pontos. Já o terceiro colocado Corinthians tirou apenas três pontos em 11 jogos e hoje está oito atrás. O Atlético-MG, por sua vez, ocupa a quarta posição e conseguiu descontar quatro pontos, ficando a nove do líder.