Cartolas do dérbi, Gobbi e Nobre quiseram mudar tudo. Mas não se deram bem
A principal cadeira do Parque São Jorge parece ter feito Gobbi se cansar. Braço direito de Andrés Sanchez durante mais de três anos, o presidente com mais títulos importantes na história do clube se encaminha para o fim do mandato sob críticas e isolado politicamente. Tudo que ele mais quer, em fevereiro, é deixar o futebol para trás.
Parte dos problemas se deve ao distanciamento entre Andrés e ele. Sem aceitar interferências diretas do ex-presidente, Gobbi chamou a responsabilidade em algumas decisões, como entregar o comando técnico a Mano Menezes e preservá-lo durante toda a temporada. Ao evitar entrevistas, Mário Gobbi reforçou a imagem de um presidente recluso.
Pacíficas durante a gestão de Andrés, as organizadas elegeram o atual presidente como inimigo número um nos últimos meses. Gobbi os defendeu e atendeu pedidos na maior parte do tempo, mas não se livrou de críticas, cobranças e xingamentos públicos.
Financeiramente, o clube também desceu de patamar ao longo da gestão Gobbi. Com receitas sufocadas pelos gastos com o novo estádio, o Corinthians fez jogada arriscada ao investir R$ 70 milhões com Alexandre Pato, Renato Augusto e Gil, este o único a vingar de verdade. Como efeito colateral, o caixa estourou neste ano.
Recentemente, Gobbi também teve sua derrota no conselho corintiano. Ele esperava antecipar as eleições presidenciais para novembro e assim poder definir o planejamento do próximo ano, mas conseguiu ir adiante. Assim, tentará deixar o clube na Libertadores e manter uma marca neste sábado: nenhuma derrota para o Palmeiras em sua gestão.
Do outro lado, Paulo Nobre tentou implantar uma série de mudanças na forma de administrar o clube. Mas dentro de campo, ele não colheu nenhum bom resultado. E é isso que joga muito contra a sua candidatura à reeleição no Palmeiras.
Apesar de sanar as dívidas, implantar contratos por produtividade e garantir - e cumprir - que sua equipe não seria refém do centenário, o presidente viu a equipe lutar contra o rebaixamento na comemoração mais importante da história do clube. Perdeu jogadores como Alan Kardec e Hernán Barcos por problemas pequenos e, para, piorar, ainda viu ambos fazerem sucesso no São Paulo e no Grêmio, respectivamente.
Nobre ainda quis bater o pé ao ver a camisa do Palmeiras não encontrar o valor que esperava e deixou seu time sem patrocínio master por quase toda a sua gestão.
Ao menos politicamente, Nobre segue fortalecido porque seguiu quase que à risca as orientações de Mustafá Contursi, ex-presidente e seu principal cabo eleitoral. Resta saber se o reflexo será o mesmo na hora em que o voto estiver na mão do associado.
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