Topo

Cruzeiro 'apaga' 1º tempo, vence Santos no 2º e fica perto do título

Do UOL, em Belo Horizonte

16/11/2014 18h55

Depois de uma péssima atuação no primeiro tempo, em que o técnico Marcelo Oliveira recomendou “passar uma borracha”, o Cruzeiro melhorou na etapa final e arrancou a vitória sobre o Santos, por 1 a 0, neste domingo, na Vila Belmiro. O treinador mexeu com o time no vestiário e trocou de volantes, tirando Lucas Silva e colocando Henrique. O time visitante apertou a marcação e, dessa forma, conseguiu um importante triunfo, que o levou a 70 pontos e que pode até mesmo deixá-lo campeão brasileiro na próxima rodada.

Para que isso ocorra, no entanto, o torcedor celeste torceu por derrota do São Paulo, que tem um jogo a mais – empate com o Internacional, em 1 a 1, pela 35ª rodada –, na noite deste domingo, diante do Palmeiras, no Morumbi. A derrota do tricolor paulista aumentaria para sete pontos a diferença entre líder e vice. Nesse caso, o Cruzeiro precisaria vencer o Grêmio, em Porto Alegre, na quinta-feira, pois o São Paulo não atuará no meio da semana, para comemorar o título com antecedência. Mas não foi isso que aconteceu. O tricolor paulista venceu o Palmeiras, por 2 a 0, e adiou o sonho do título com antecedência para o próximo domingo, quando receberá o Goiás, no Mineirão.

Já o Santos, que mostrou pouco ‘apetite’ em todo o jogo, continuou com 46 pontos e completou sete jogos sem vitória, sendo cinco pelo Brasileirão e duas pela Copa do Brasil, com cinco derrotas e dois empates. Além disso, não conseguiu a esperada ‘revanche’ contra o Cruzeiro, que o eliminou na semifinal da Copa do Brasil, com triunfo no Mineirão, por 1 a 0, e empate em 3 a 3, na Vila Belmiro, depois de estar perdendo por 3 a 1.

Fases do jogo: O Cruzeiro quase marcou um gol olímpico, logo no primeiro minuto, quando Bruno Uvni cedeu escanteio, ao errar passe. Na cobrança, Marquinhos bateu o escanteio e Aranha defendeu. O começo promissor celeste não continuou ao longo da etapa inicial com uma atuação muito ruim. “Temos de passar uma borracha neste primeiro tempo, parece que estamos jogando amistoso e não um jogo decisivo, de um time que está disputando a primeira colocação”, afirmou Marcelo Oliveira, no intervalo.

O Santos, por sua vez, chegou pela primeira vez ao ataque aos 7 min, mas sua grande chance foi aos 15 min, quando Gabriel, apareceu livre, driblou Fábio, mas desequilibrou-se e tocou a bola para fora. “Consegui passar pelo Fábio, mas o Manoel dividiu comigo e me desequilibrou. Acabei perdendo o gol, mas fizemos um primeiro tempo”, comentou o camisa 10 santista. O time da casa atacou mais, especialmente com Cicinho às costas de Samudio, mas pouco finalizava: cinco contra três nos 45 minutos iniciais.

O Cruzeiro voltou com Henrique na vaga de Lucas Silva para o segundo tempo, na tentativa de fazer um jogo melhor. “Estamos marcando muito mal e não estamos conseguindo jogar”, comentou Marcelo Oliveira, ao explicar a iniciativa de tirar Henrique, que tinha sido poupado, do banco. O Santos voltou com a mesma formação. Não demorou para o Cruzeiro dar a resposta ao seu treinador. Aos 7 min, após tabelar com Marcelo Moreno, Ricardo Goulart bateu e venceu o goleiro Aranha.

Depois disso, o líder jogou com inteligência, buscando a posse de bola e evitou passar por grandes sustos. Quando precisou, Fábio apareceu bem, como aos 37 min, ao defender cabeçada de Neto. Nos acréscimos, Everton Ribeiro deu passe calcanhar para Willian Farias, que mandou a bola no travessão santista, desperdiçando a chance de aumentar a vantagem do líder do Campeonato Brasileiro.

O melhor: Ricardo Goulart – Mesmo desgastado fisicamente, o meia-atacante Ricardo Goulart foi decisivo na 21ª vitória do Cruzeiro, que o deixou ainda mais próximo de comemorar o título brasileiro.

O pior: Gabriel – Atuação apagada do jovem atacante santista, que desperdiçou chance incrível de fazer o gol, no primeiro tempo, que poderia ter modificado a história do jogo.

A chave do jogo: Mudança de atitude e aperto na marcação – Depois de um primeiro tempo em que os dois times mostraram pouco apetite ofensivo, o Cruzeiro voltou com outra atitude para a segunda etapa, apertou a marcação sobre o Santos e conseguiu a vitória, que deixou ainda mais encaminhada a conquista antecipada do título.

Toque dos técnicos:Marcelo Oliveira mexeu com o seus jogadores, no intervalo, quando considerou péssima a atuação celeste, comparando o comportamento da equipe condizente ao de um amistoso. A bronca e a mudança, com a entrada de Henrique para a saída de Lucas Silva, surtiram efeito e a equipe conquistou importante vitória.

Para lembrar:

Desfalques e jogadores poupados. O Cruzeiro não teve o lateral direito Mayke e o zagueiro Léo, ambos suspensos por terem levado três cartões amarelos. O lateral esquerdo Egídio e o zagueiro Dedé continuam fora por problemas médicos. Já o meia-atacante Everton Ribeiro foi poupado por Marcelo Oliveira, que o deixou no banco e promoveu o retorno de Marquinhos, que não jogou as três últimas partidas. O volante Henrique também foi poupado. Ele entrou no intervalo, no lugar de Lucas Silva, e Everton Ribeiro entrou no lugar de Willian, aos 29 min.

Muitos atletas santistas de fora. O Santos não contou com Geuvânio, que segue fazendo tratamento para se recuperar de uma lesão no músculo reto femoral da coxa esquerda. O zagueiro David Braz e o lateral direito Victor Ferraz também não retornaram contra o Cruzeiro. Braz segue se recuperando de uma hérnia de disco na coluna cervical, enquanto Ferraz sofreu uma lombalgia aguda na coluna. Arouca também foi vetado, por causa de amigdalite. Já o zagueiro Edu Dracena cumpriu suspensão automática.

Robinho com camisa número 100. Por ter superado a marca de 100 gols pelo Santos, o que aconteceu no primeiro jogo pelas quartas de final da Copa do Brasil, na vitória sobre o Botafogo, por 3 a 2, no Maracanã, Robinho jogou contra o Cruzeiro, neste domingo com o número 100, como parte de uma ação de marketing do Santos.

Bola murcha. Aos 24 min do primeiro tempo, o árbitro Alinor Silva da Paixão paralisou o jogo, quando a bola estava na defesa do Cruzeiro. O motivo é que a bola estava murcha e foi rapidamente trocada, sem prejuízo à partida.  

Bola atirada das arquibancadas. No final do primeiro tempo, o Cruzeiro tinha um escanteio, quando Marquinhos cobrou, uma segunda bola foi atirada no campo da arquibancada atrás do gol do Santos. O árbitro Alinor Silva da Paixão mandou a cobrança ser fita novamente, mas, antes que isso acontecesse decretou o fim da etapa inicial. Essa decisão revoltou os jogadores celestes, que cercaram a equipe de arbitragem. O técnico Marcelo Oliveira entrou em campo gesticulando e reclamando.

Henrique não enfrenta o Grêmio. O volante Henrique, que foi poupado inicialmente, mas entrou no intervalo, foi advertido com o amarelo, o terceiro, o que o deixa fora do jogo com o Grêmio na próxima quinta-feira, em Porto Alegre.

SANTOS 0 X 1 CRUZEIRO

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Alinor Silva da Paixão (MT-CBF-1)
Assistentes: Cristhian Passos Sorence (GO-ESP-2) e Fabio Rodrigo Rubinho (MT-CBF-1)
Cartões amarelos: Henrique (Cruzeiro); Lucas Lima, Alisson (Santos)
Gols: Ricardo Goulart, aos 7 min do segundo tempo

Santos
Aranha, Cicinho, Neto, Bruno Uvini e Caju (Zé Carlos); Alison, Renato e Lucas Lima; Rildo (Thiago Ribeiro), Gabriel (Jorge Eduardo) e Robinho
Técnico: Enderson Moreira

Cruzeiro
Fábio; Ceará, Manoel, Bruno Rodrigo e Samudio; Nilton, Lucas Silva (Henrique), Ricardo Goulart (Willian Faria) e Marquinhos; Willian (Everton Ribeiro) e Marcelo Moreno
Técnico: Marcelo Oliveira