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Corinthians tratou R. Augusto como carro de F-1. Ele retribuiu com golaço

Mazzioti, fisioterapeuta, compara seu trabalho com Renato Augusto como de engenheiro da F-1 - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Mazzioti, fisioterapeuta, compara seu trabalho com Renato Augusto como de engenheiro da F-1 Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

18/11/2014 06h00

Em 2013, o melhor presente de fim de ano que Renato Augusto poderia receber veio do fisioterapeuta Bruno Mazziotti. "Você não vai se machucar ano que vem", avisou. Agora, a cada partida jogada pelo Corinthians, Bruno ouve de Renato. "Só faltam quatro", falou depois de vencer o Bahia no domingo.

Essa, sem dúvida, uma ocasião especial para eles se lembrarem do pacto firmado em dezembro do ano passado. Afinal, livre das lesões, Renato Augusto resolveu para o Corinthians com uma cabeçada perfeita, aos 38min do segundo tempo. O lance valeu a vitória por 2 a 1.

Para Mazziotti, tudo isso só foi possível graças ao tratamento especial feito com Renato Augusto em 2014. Em nenhuma de suas quatro temporadas e meia na Alemanha, tampouco pelo Corinthians desde 2013, ele conseguiu fazer 40 jogos. Se atuar mais duas vezes nesse ano, Renato quebrará um recorde pessoal.

"Eu sempre dou como exemplo o carro de Fórmula 1. É um trabalho de engenharia, de biomecânica. Tive que me debruçar nas avaliações dele para traçar uma pré-temporada", explica Mazziotti, no Corinthians desde a chegada de Ronaldo, em 2009.

O processo a que Renato foi submetido tem três estágios. O fisioterapeuta divide: "primeiro realinhar o corpo. Alinhar os eixos, balancear, dar um dinamismo maior à máquina", explica, como o carro de F-1. Em segundo, "estabilização, maturação, controlamos a mobilidade dele e garantimos força", conta. Por fim, manutenção. "Monitoramos semanalmente as avaliações para ver a necessidade do trabalho. Ou foco em recuperação, ou em força explosiva.

Na prática, isso significa que Renato Augusto precisa chegar mais cedo a todos os treinamentos para aprimorar o corpo. Ao fim das atividades, continua o trabalho para acelerar a recuperação. Bruno Mazziotti se sente um engenheiro de Fórmula 1. "O carro sempre precisa de uma revisão para a prova de domingo. O Renato é a mesma coisa", explica.

O trabalho que faz Renato Augusto fugir das lesões também só foi possível graças à criação do Laboratório R9, especializado na prevenção de contusões desde 2011. Foi lá que o mapeamento de jogadores como Paulo André, Alexandre Pato e Renato Augusto foi realizado de forma bem sucedida.

"O título para nós da retaguarda é ver o resultado do trabalho. A recuperação do Renato é um orgulho para toda a comissão. Vemos o atleta feliz e tirando seus fantasmas", contou Bruno Mazziotti, a quatro jogos do fim do Brasileiro.