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Logística, alimentação e até ponto cego incomodam, mas torcida aprova Arena

Gustavo Franceschini*

Do UOL, em São Paulo

20/11/2014 06h00

A experiência de rever a antiga casa teve lá seus percalços, mas o palmeirense que passou a noite da última quarta-feira no Allianz Parque não se arrependeu. Encantado, o torcedor alviverde ignorou problemas na entrada, falta de opções de alimentação e pontos cegos e rasgou elogios ao estádio.

“O estádio é maravilhoso. São problemas menores que podem ser resolvidos com o tempo. Acho que a entrada foi o mais difícil”, disse o consultor José Ricardo.

“Eles liberavam uma massa de pessoas e depois parava tudo. Aí só depois liberavam outra. Isso foi ruim, mas é o estádio mais bonito que eu fui”, completou a estudante Samira Souza.

O pensamento da dupla exemplifica o bem o sentimento de todos os torcedores que a reportagem abordou após a derrota do Palmeiras por 2 a 0 para o Sport, que marcou a inauguração do reformado estádio Palestra Itália, agora Allianz Parque. Fora o desgosto com o mau resultado, o torcedor saiu satisfeito com o que viu.

O visual e a festa se impuseram a qualquer problema. Antes do jogo, torcedores bradavam a suposta superioridade do estádio em relação aos rivais. Durante, se emocionaram desde o hino do clube até o pontapé inicial, alguns com lágrimas dos olhos. Depois... Bom, a derrota arrefeceu o ânimo alviverde. 

“Não quero falar do jogo. Do estádio? Aí pode ser... Pô, é tudo muito lindo. Talvez seja o melhor da América Latina, não sei. Eu não tive problema nenhum, tudo funcionou”, disse o advogado Bruno Verderi.

Verderi, então, pode se considerar um sortudo. Embora tenham rasgado seda para o estádio, quase todos os palmeirenses ouvidos pela reportagem apontaram uma falha na operação. A maioria deles reclamou da entrada no Allianz Parque, que foi tumultuada por conta de seguidas falhas nas catracas, especialmente na entrada da Rua Turiassu. Torcedores relataram espera de cerca de uma hora nas filas e alguns entraram com o jogo já em andamento.

Uma vez lá dentro, o maior desafio era comer. Como a operação de alimentação ainda não está 100% funcionando, torcedores reclamaram que foi difícil comprar bebidas ou aperitivos para o jogo, caso do comerciante Luis Carlos Minello, que foi ao estádio com a mulher e os dois filhos.

Quem deu o azar de se sentar perto das divisórias dos setores também se deu mal. Os lugares eram separados por telas de ferro verde que atrapalhavam a visão e criavam pontos-cegos em determinados pontos do campo.

Após o apito final, porém, os percalços se dissiparam. A localização facilitou a evacuação e quem precisou de transporte público não teve grandes dificuldades. A reportagem do UOL Esporte presenciou cerca de 200 pessoas perderem a entrada do metrô e do trem metropolitano por volta de 12h30. Mesmo esses torcedores, porém, puderam apelar para o terminal de ônibus da Barra Funda.

Quem foi de carro também não teve trabalho. Cerca de 45 minutos depois do apito final, a rua Turiassu, principal via de acesso ao estádio, já estava relativamente vazia. 

*Colaborou Vagner Magalhães