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Samuel Rosa irritado e sonho com bandeirão: o que ninguém viu no bi celeste

Luiza Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

24/11/2014 06h01

O Cruzeiro conquistou o tetracampeonato brasileiro com duas rodadas de antecipação ao vencer o Goiás por 2 a 1, para delírio dos mais de 57 mil torcedores que lotaram o Mineirão. Mas você viu o cantor Samuel Rosa emburrado? E um bandeirão que dá sorte? O UOL Esporte selecionou o que passou despercebido na comemoração do time mineiro.

Samuel Rosa emburrado

Mesmo com a iminência do tetracampeonato, Samuel Rosa chegou com cara de poucos amigos ao Mineirão. Chegou cerca de 1h antes do início do jogo, parou o carro no estacionamento, não aceitou pedidos de fotos e ainda se irritou com o assédio da imprensa.

Sem querer parar para dar entrevistas, o vocalista do Skank fez apenas sinal negativo para a reportagem enquanto se dirigia ao banheiro. Na volta, falou em tom mal humorado. “Deixa eu me divertir um pouquinho, deixa eu me divertir”.

Bandeirão predestinado

Muitos jogadores têm superstições e rituais que eles seguem à risca antes de jogos importantes. Mas dessa vez os jogadores do Cruzeiro inovaram com o ‘bandeirão predestinado’ que eles mesmo mandaram confeccionar.

A ideia surgiu porque Sandra, mulher do goleiro Fábio, teve uma visão em um dos encontros do grupo orações que ela promove com as esposas dos outros atletas do time. Sandra visualizou um bandeirão enorme no estádio com os dizeres “A Deus toda a glória”.

Fábio levou o desejo da mulher adiante e sugeriu aos colegas de elenco que, juntos, mandassem fazer o bandeirão de 100m x 30 m. Todos os jogadores dividiram os custos de R$ 15 mil e contaram com a ajuda da torcida organizada Máfia Azul para confeccionar o artefato e transportá-lo para o estádio, além de erguê-lo antes e durante o jogo. “Deu trabalho, mas ver o nome de Deus sendo lembrado no estádio todo não tem preço”, conta Sandra.

CQC hostilizado

O CQC não poderia ficar fora da decisão do título do Campeonato Brasileiro. O repórter Felipe Andreoli foi o encarregado de fazer a reportagem sobre o tetracampeonato celeste e chamou a atenção nas arquibancadas do Mineirão. Enquanto muitos tietaram o jornalista, outro preferiram hostilizá-lo.

Quando o Cruzeiro marcou o primeiro gol ainda no primeiro tempo, muitos torcedores se viraram contra Andreoli, que estava na tribuna de imprensa, e começaram a xingar o repórter. “Chupa, Band”, “Chupa, São Paulo”. Ele nem deu ouvidos aos torcedores.

Ricardo Goulart com bandeira de organizada

Herói do título ao marcar o primeiro gol do jogo, Ricardo Goulart protagonizou uma cena inusitada depois da volta olímpica. Ele pegou uma bandeira gigante da torcida organizada China Azul e fez a festa dos fãs que lotaram as arquibancadas. Goulart andou pelo campo erguendo e balançando a bandeira. Por fim, fincou o mastro no gramado, levando a torcida ao delírio.

Descontração e tietagem no intervalo

Apesar da tensão do jogo entre Goiás e Cruzeiro, que valia o título brasileiro para o time celeste, a partida teve momentos de descontração e até tietagem no intervalo. Os jogadores dos dois times se encontraram na escada que dá acesso aos vestiários, chegaram a trocar camisa e emendaram conversas curiosas.

O técnico Marcelo Oliveira colocou o papo em dia e demonstrou carinho ao dar um abraço caloroso no goleiro reserva do Goiás, Edson. Curiosamente, os dois trabalharam juntos no arquirrival do Cruzeiro, Atlético-MG.

Mais curiosa ainda foi a conversa entre o volante Tulio, reserva do Goiás, e Júlio Baptista. Tulio, que foi promovido ao profissional este ano, foi relembrar os tempos de futebol espanhol e falar ao adversário que era gandula do Atlético de Madri quando Júlio jogava no poderoso Real Madrid. E não é que o cruzeirense se lembrou dele?

Sala de imprensa do Mineirão ficou alagada na partida entre Cruzeiro e Goiás - Luiza Oliveira/UOL - Luiza Oliveira/UOL
Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Sala de imprensa alagada

As fortes chuvas assolaram Belo Horizonte no dia da ‘final’ do Brasileirão e atrapalharam a vida dos torcedores cruzeirenses que foram ver de perto o tetracampeonato. Mas quem teve trabalho mesmo foram os funcionários do Mineirão.

Com o campo alagado, muitos tiveram que usar rodos para tentar tirar o excesso de água nas laterais do gramado a poucos minutos do início do jogo. Já com a bola rolando, parte da sala de imprensa ficou alagada. Durante boa parte do primeiro tempo, responsáveis pela faxina usaram rodos e panos para secar a área de passagem dos atletas entre o campo e os vestiários.

Vendedores ambulantes sofreram com a forte fiscalização no entorno do Mineirão - Luiza Oliveira/UOL - Luiza Oliveira/UOL
Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Rigidez com ambulantes

Os vendedores ambulantes não tiveram vida fácil nos arredores do Mineirão. Além da chuva, eles tiveram que enfrentar a rígida fiscalização dos agentes da prefeitura. Cerca de dez homens fizeram rondas para apreender mercadoria ilegal como camisas e objetos piratas, faixas de campeão e bebidas alcoolicas.

Para permanecer com a mercadoria, os ambulantes fugiam a cada vez que percebiam a presença dos fiscais em uma disputa que mais parecia de ‘gato e rato’. No fim, todo mundo saiu reclamando.

“Estamos vendendo muito pouco. Os fiscais estão por toda a parte. E se eles pegam a mercadoria, não devolvem. O pior é que eu compro, eu não roubo o que estou vendendo”, disse uma ambulante. Já os fiscais reclamaram da impotência diante dos vendedores. “Somos apenas dez e eles estão por toda a parte. Quando eles nos veem, saem correndo. Como vou correr atrás deles?”, reclamou um fiscal.

Mulheres de jogadores fazem a festa para comemorar o título do Cruzeiro - Luiza Oliveira/UOL - Luiza Oliveira/UOL
Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Rainhas do camarote

Se os jogadores do Cruzeiro são os reis dentro dos gramados, fora deles quem impera são as mulheres. Uniformizadas com frases cristãs, elas chamaram a atenção na comemoração do título. Juntas, fecharam dois camarotes no Mineirão para verem os maridos com conforto e depois caíram na festa. Após o apito final, nem se importaram com a chuva, entraram no gramado e ainda ergueram o troféu.

Lesionado, Ceará desfalcou o Cruzeiro na partida contra o Goiás, mas foi tietado por torcedores no Mineirão - Luiza Oliveira/UOL - Luiza Oliveira/UOL
Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Ceará tietado

Ceará não pôde enfrentar o Goiás por problemas musculares, mas nem por isso ficou fora da festa do título. O jogador assistiu ao jogo em um dos camarotes do Mineirão e nem conseguiu circular pelos corredores. A cada passo era parado para tirar fotos e foi ovacionado ao chegar à churrascaria onde o time comemorou o título.

Mineirão já vive a decisão do título da Copa do Brasil com o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG - Luiza Oliveira/UOL - Luiza Oliveira/UOL
Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Mineirão só pensa na Copa do Brasil

As arquibancadas estavam tomadas pelo azul e branco para a comemoração do título brasileiro do Cruzeiro neste domingo, mas o Mineirão já dava suas pistas de que um evento ainda mais importante está para acontecer na próxima quarta-feira com a final da Copa do Brasil entre os maiores rivais do estado.

Na sala principal do Mineirão, próximo ao acesso dos jogadores ao gramado, um banner já anunciava a final. Dividido ao meio pelas cores azul e preta e pelas torcidas dos dois times, o cartaz trazia os dizeres.  ”Mineirão – A Casa do Futebol Brasileiro. Cruzeiro x Atlético-MG. 26/11/2014. Decisão da Copa do Brasil.” Logo à frente estava o toten em que será exposto o desejado troféu.

Torcedores do Cruzeiro se aglomeram em frente a uma churrascaria, onde os jogadores comemoravam a conquista do título brasileiro - Luiza Oliveira/UOL - Luiza Oliveira/UOL
Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Bagunça na comemoração

Com a proximidade da final da Copa do Brasil, a diretoria do Cruzeiro optou por uma comemoração mais tranquila e decidiu fazer a festa do título em uma churrascaria. Mas nem tudo saiu como o esperado.

Os primeiros jogadores até tiveram facilidade de acesso ao local, mas em pouco tempo a torcida que comemorava o título na Savassi, zona boêmia de Belo Horizonte, descobriu que a festa acontecia a poucos metros dali. Milhares de torcedores com fogos, sinalizadores e bandeiras se dirigiram ao local, fecharam a rua do restaurante e deram muito trabalho aos seguranças. Preocupados, eles estudaram chamar reforço para garantir a paz no jantar dos atletas.

Agressão na festa

A aglomeração na porta da churrascaria acabou em confusão. Quando o atacante Neilton chegou ao local, o torcedor Leonardo Galdino deu um tapa nas costas do jogador. Sem titubear, os seguranças partiram para cima do torcedor. Leonardo se defendeu dizendo que tudo não passou de uma brincadeira porque já conhecia Neilton desde a infância e reclamou da truculência dos seguranças que o machucaram.