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Atletas de saída e jovens dificultam vida do Palmeiras, analisa Valdivia

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

25/11/2014 15h49

"Isso acontece. Não posso ser falso". Esse pode ser o resumo de uma das respostas de Valdivia nesta terça-feira (25) na Academia de Futebol. Questionado sobre as dificuldades que estão na luta do Palmeiras contra o rebaixamento, o meia admitiu que ter muitos atletas com fim de contrato em dezembro deste ano é um grande obstáculo .

Esse é o caso de vários atletas, como Bernardo, Bruno César, Eguren, Victorino, Juninho, Marcelo Oliveira e Henrique, um dos poucos que ainda despertam o interesse da diretoria.

O camisa 10 ainda destacou que ter vários jogadores jovens também é um outro problema que o elenco precisa vencer para que o rebaixamento não seja a vergonha do centenário, como ele próprio afirmou.

"Final de contrato é muito complicado, porque tem jogador que pensa: meu contrato está acabando e não vou me expor a ser xingado ou culpado pela queda. Isso acontece, não posso ser falso. Mas quem está terminando o contrato precisa pensar o contrário: 'eu posso permanecer no clube, vou mostrar que a diretoria pode confiar em mim, que o treinador pode confiar em mim'. Tem os dois tipos de jogadores. Independentemente disso, precisa ter muita consciência do que isso significa. Eu sei o que é, e espero que não aconteça no ano do centenário", começou o jogador.

"Neste momento, a confiança não é a mesma, a cabeça é totalmente diferente, e como tem muita gente jovem, é difícil passar tudo o que significa cair para uma equipe como o Palmeiras. Ainda tem chance, é claro que a gente não pode estar tranquilo, difícil em um grupo com 40 jogadores, fazer com que todo mundo tome consciência do que é cair para Série B de novo, ainda mais no centenário, mas depende apenas do Palmeiras e vamos brigar até o último jogo para que isso não aconteça de novo. Nesse ano que foi tão ruim, pelo menos a obrigação de ficar na Série A precisa ser mantida", completou.

Valdivia destacou que, hoje, na atual situação, a briga contra o rebaixamento é tão importante quanto participar de uma Copa do Mundo. E, por isso, disse que alguns jogadores poderão ficar na história do clube caso consigam livrar do rebaixamento.

"O título é muito importante porque é o que mais interessa em sua carreira, o que mais o torcedor gosta, pelo qual a gente acorda e vem trabalhar, para ser o melhor, o vencedor, mas acredito que pelo momento, pelo ano que a gente tem passado, deixar o Palmeiras na Série A não será um título, claro, mas será um fato muito importante para ser lembrado. As pessoas pedem isso, não é ganhar títulos e ficar na história do clube. É se você deixar na Série A vai virar ídolo. É o que as pessoas estão falando. Sou muito contrário a isso, título te faz um ídolo, mas pela situação que o clube passa, se doar para permanecer na Série A, será relembrado", afirmou.

O Palmeiras só depende suas forças para não ser rebaixado. Se vencer Inter (fora) e Atlético-PR (em casa) estará livre. Hoje, o clube tem 39 pontos, um a mais do que o Vitória, o primeiro dentro da zona de rebaixamento.

Para finalizar, o chileno voltou a dar a mesma resposta que dava em 2012, quando era apontado como principal responsável pela queda do Palmeiras que foi comandado por Luiz Felipe Scolari e Gilson Kleina. Ele pediu divisão de responsabilidades tanto na hora boa quanto na hora ruim.

"Quando o Palmeiras caiu, eu não era capitão, estava fora, e vocês citaram que o maior culpado pela queda era eu, agora que eu sou o capitão e e estou jogando, espero que a responsabilidade possa ser compartilhada, como pedi naquele momento. Em 2012, falei que não era o Valdivia, era todo mundo, e agora não muda muita coisa. Sou capitão, mas sempre que falei com vocês fui bem claro: não adianta um querer e os outros não. Tem jogadores que estão com contrato acabando, não sabe se vai ficar, é difícil para eles, não é a mesma coisa sair daqui como jogador de Série A ou de Série B, mas a minha responsabilidade é a mesma de todos, claro que você tem que exigir algo a mais pela experiência, pelos anos de clube, mas na hora que está la dentro todo mundo sabe o que tem que fazer. Se o Palmeiras cair não será apenas o Valdivia que vai para a Série B", finalizou.