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Ministério Público confirma e Palmeiras jogará no Allianz Parque no domingo

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

02/12/2014 16h02

O Palmeiras vai enfrentar o Atlético-PR no próximo domingo (7) no Allianz Parque. A informação foi confirmada por Paulo Sérgio de Castilho, promotor do Ministério Público de São Paulo.

De acordo com Castilho, a recomendação de sua entidade foi para que o jogo não acontecesse no estádio palmeirense. Apesar disso, depois de uma conversa entre as partes envolvidas, a decisão foi de que a arena está apta para receber a partida. A mudança da partida do Corinthians para sábado (6) também colaborou na decisão.

Para isso, o MP exigiu uma visita na arena nesta quarta-feira, por volta das 16h, para que os pontos de risco sejam tratados. O estádio sofrerá alterações na sua estrutura e área de acesso do estádio terá segurança reforçada.

"Em um consenso, uma conversa aberta e sincera, inclusive com o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, com o comandante da PM, com a Federação Paulista de Futebol e ficou decidido que o jogo será na arena. Vamos tomar algumas medidas de prevenção para evitar maiores problemas".

"Vamos colocar mais seguranças e policias na parte interna, no gramado, para coibir qualquer invasão. O torcedor sabe que se invadir e for pego vai ser impedido por três anos de ir aos estádios. Os torcedores do Palmeiras que estarão presentes podem circular por toda a arena, não tem divisória. Nós vamos criar um mecanismo para que torcedores não possam sair do anel superior e ir para o inferior. É uma proposta minha, por exemplo, fazer o esquema da Copa do Mundo para só dar acesso à região quem tiver o ingresso", completou.

Castilho reconheceu que é obrigação do Estado de garantir a segurança, inclusive porque o Palmeiras paga uma taxa por jogo para que a Polícia Militar dê apoio.

"Claro que a obrigação é do Estado, mas não podemos ser hipócritas. Há leis para prender que invade o banco e mata e rouba. E por acaso o banco deixa de colocar vidro blindado? Há leis para invadir uma casa e alguém deixa de colocar cerca e proteção na casa? Nós temos de tomar medidas preventivas para garantir a segurança", explicou Castilho.

Outro aspecto que preocupa o promotor é a ingestão de bebidas alcoólicas. Segundo ele, a concentração de torcedores na Rua Turiassu, em frente ao Allianz Parque, por exemplo, é uma preocupação da segurança pública.

"Há uma peculiaridade na rua Turiassu. Eles ficam bebendo o dia inteiro no bar e exaltando os ânimos. Lá, se você precisa usar uma estratégia da Polícia Militar, de colocar uma bomba ou uma bala de borracha, você vê dois shoppings de um lado. Não é assim tão fácil", afirmou o Castilho.

"Há alguns problemas que a gente poderia prever desde o projeto da arena, mas têm alguns outros problemas que a gente não consegue fazer em todas as partidas. Não tem como fechar um trânsito todos os dias. Não só falar que a Polícia Militar tem obrigação", ressaltou.

Castilho ainda quis exaltar a construção do estádio, destacou a beleza da casa palmeirense, mas disse que há a necessidade de adaptações para a cultura do brasileiro.

"Talvez seja um dos mais bonitos estádios que eu já tive. Mas a arena do Palmeiras você consegue bater no banco de reservas para xingar um jogador, como foi na substituição de Wesley na partida contra o Sport, na estreia do estádio. Não é questão de ser a favor ou contra a arena, mas é preciso fazer medida de prevenção. Vamos usar São Paulo como um projeto piloto para mostrar que com uma atuação forte a arena pode receber a partida. Nós vamos criar mecanismos para punir o mau torcedor", adicionou.

"Vamos torcer para que o Palmeiras consiga seu objetivo e vamos ficar tranquilos de ter alertado todos os órgãos da necessidade de implementar as medidas preventivas", finalizou.

De acordo com a lei, em caso de qualquer incidente a responsabilidade será do Palmeiras. Por isso, o MP permitirá que a Polícia Militar coloque seguranças particulares dentro do estádio.