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Corinthians confirma a saída de Mano Menezes; time ainda não tem substituto

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

06/12/2014 19h16

Mário Gobbi, presidente do Corinthians, confirmou o que todos já esperavam. Neste sábado (6), depois da vitória sobre o Criciúma por 2 a 1, Mano Menezes deu adeus ao clube que comandou até esse sábado (6). O favorito para substituí-lo é Tite. Oswaldo de Oliveira é o plano B.

"Confio muito nele, admiro o trabalho dele e a competência. E só ele mesmo para fazer um ano tão difícil como esse se tornar em um ano vitorioso. Tínhamos duas metas para esse ano: reformulação completa do departamento de futebol, que foi feita. Segundo, a classificação para a Libertadores, que foi alcançada. Se eu tivesse mais um ano, eu renovaria. O mundo inteiro sabe disso. O Parque S. Jorge sabe disso. E recebo críticas por isso. Mas, não serei presidente no dia 6 de fevereiro, e eu não posso. E quem vem não quer o Mano", afirmou o dirigente na zona mista.

O racha interno que marca o clube nos últimos meses explica a saída. Mano só não cumpriu o último objetivo da temporada, de ir direto à fase de grupos da Libertadores, por causa da vitória do Internacional em cima do Figueirense.

Treinador do Corinthians em 2008, 2009 e 2010, Mano retornou em janeiro e comandou a equipe em 61 jogos. Com ele, foram 32 vitórias, 15 empates e 14 derrotas. O aproveitamento foi de 60,6%. Ao todo, 89 gols pró e 58 gols contra.

Mano também falou sobre sua saída e se mostrou satisfeito com o trabalho. "Eu entendi dessa forma, que quem vem não me quer, pela experiência que tenho no futebol. A gente sabe ler bastante nas entrelinhas, embora as pessoas não se posicionem oficialmente. Eu continuo pensando o mesmo de sempre: a relação de técnico com sua direção precisa ser de extrema confiança. Ao longo de uma temporada, a gente passou momentos extremamente difíceis. E nessa hora tem a confiança mútua do trabalho. Se ela não existe, lá na frente, ela vai balançar. E eu não quero passar por isso", explicou.

O racha entre o atual presidente Mário Gobbi e o grupo político do antecessor Andrés Sanchez foi a grande razão para que Mano, antes mesmo de uma possível oferta para renovar, anunciasse a saída ao fim de seu contrato.

Foi Gobbi, a contragosto dos demais dirigentes, quem definiu a contratação de Mano para o lugar de Tite no Corinthians. A partir disso, nessa temporada, o atual presidente se aproximou ainda mais do treinador na mesma medida em que se distanciou de Andrés e Roberto de Andrade, candidato a presidência. A diretoria considera que o trabalho em 2014 foi prejudicado pelo que o atual mandatário classificou como "fogo amigo".

Contratado com o objetivo de comandar a reformulação do elenco campeão mundial em 2012, Mano Menezes rompeu com alguns dos jogadores mais experientes depois de ser goleado pelo Santos por 5 a 1. Eliminado no Campeonato Paulista ainda na primeira fase, o Corinthians sonhou com o título da Copa do Brasil, mas foi eliminado nas quartas de final.

Foi a partir dali que o clima azedou de vez para Mano Menezes, bastante criticado pela torcida. Nem mesmo a arrancada nas últimas rodadas do Brasileiro fez o treinador ficar. Sem clima com o grupo político que é favorito a vencer as eleições em 7 de fevereiro, ele anunciou a saída. Internacional e Palmeiras são dois destinos cogitados para ele.