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Não é só por derrotas que Felipão balança no Grêmio. Sinceridade desagrada

Felipão balança no comando do Grêmio após começo ruim de Brasileirão - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Felipão balança no comando do Grêmio após começo ruim de Brasileirão Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

18/05/2015 06h00

Luiz Felipe Scolari era inabalável. Técnico mais vencedor no passado recente do Grêmio, ele encontrou no Tricolor a única torcida capaz de esquecer o vexame na seleção brasileira. Esquivou-se de responsabilidades no ano passado pois assumiu o time em meio ao Brasileirão. E neste ano, quando organizou a equipe desde o primeiro dia de trabalho, já leva a segunda onda de pressão em menos de seis meses de temporada. E não é apenas pelos resultados. 

Não faz tanto tempo que Scolari protagonizou algo jamais visto no clube. Um treinador abandonar o banco de reservas antes do fim do jogo, refugiando-se no vestiário para evitar a vergonha da derrota para o Veranópolis em casa. Foi em fevereiro, na Arena. Ali, Luiz Felipe arranhou sua imagem pela primeira vez no ano. Balançou, levou pressão, mas foi mantido. 
 
O Grêmio organizou-se, passou a empilhar vitórias e chegou até a final do Gauchão, quando teve pela frente, pela primeira vez na temporada, um time de igual grandeza. E perdeu para o Internacional, acabando com o vice-campeonato, que manteve jejum que dura desde 2010.
 
Mas o que poderia ser encarado apenas como um tropeço, afinal o Colorado tem um time mais caro, badalado e montado há mais tempo, tornou-se o primeiro passo para o segundo ato de pressão sobre Scolari com os jogos que seguiram, pelo Brasileirão. 
 
Veio o empate no último minuto em casa contra a Ponte Preta. E no último sábado uma derrota dura diante do Coritiba. Times, em tese, menores que o Grêmio. 
 
Não bastassem os resultados, ou a falta deles, Felipão tem dado declarações que desagradam o comando do clube. Nos bastidores, há muita gente descontente com o tom das entrevistas concedidas pelo treinador. Ele já afirmou que há ao menos seis times melhores que o Grêmio no Brasileirão. Disse, ainda, no último sábado, que se não receber reforços, o Tricolor irá 'sofrer'. 
 
Prontamente, a palavra oficial da presidência visa acalmar o ambiente. Mesmo que a torcida tenha protestado na volta dos jogadores a Porto Alegre, independente do status do comandante já não ser o mesmo, a ideia é avaliar o que está acontecendo durante esta semana, sem jogos, e com a 'cabeça fria'. O elenco se reapresenta apenas na terça-feira. Até lá, os rumos podem ser mudados, ou ao menos discutidos, com ou sem Scolari.