Topo

Chateado com Robinho, Santos cogitou segurar pagamento e quer cansar ídolo

Robinho causou polêmica em entrevista coletiva na última quinta-feira, no CT Rei Pelé - Ricardo Nogueira/Folhapress
Robinho causou polêmica em entrevista coletiva na última quinta-feira, no CT Rei Pelé Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

24/05/2015 06h00

A diretoria do Santos ameniza publicamente, mas não engoliu a polêmica entrevista concedida pelo atacante Robinho na última quinta-feira, na Vila Belmiro. Os dirigentes ficaram chateados com as cobranças do camisa 7 e alegam internamente que o jogador foi orientado por sua representante, a advogada Marisa Alija Ramos, a pressionar o clube perante a mídia.

No dia seguinte da entrevista, o Santos recebeu os R$ 8 milhões de empréstimo do Banco BMG e chegou a cogitar “segurar” o pagamento de Robinho como uma espécie de represália pela cobrança do jogador.

No entanto, o presidente Modesto Roma "tomou a frente" da situação e obrigou que o ídolo santista recebesse no mesmo dia que os demais atletas. Com isso, o camisa 7 levou a nota fiscal ao mandatário e teve a dívida paga um dia após desabafar na coletiva. 

Para a diretoria santista, Robinho foi estratégico ao cobrar o Santos e dizer que não rejeitaria jogar em outros clubes brasileiros, incluindo os rivais de São Paulo. A ideia, que para os dirigentes surgiu da advogada, é chamar a atenção dos concorrentes, já que inicialmente o jogador mantinha o único discurso de ficar no Santos.  

O presidente Modesto Roma já avisou que não tem pressa para definir a situação. O Santos também tem a sua estratégia. Os dirigentes querem “cansar” o jogador e arrastar a transação o máximo possível. A ideia é forçar Robinho a reduzir bastante a sua pedida inicial.

“Sempre (com otimismo) e sem pressa. Recordo a vocês o tempo da renovação com o Ricardo Oliveira, vocês me ligavam dizendo que demorava, que não saía, gente a pressa tem sido muito mais de você do que nossa.. Vamos negociar pelo tempo que for necessário para chegarmos a um bom termo”, afirmou Modesto.  

"Temos que ter nesse aspecto uma visão clara da coisa. Agora, por esse medo desse assédio, da pressão, não vamos nos precipitar em fazer o contrato, temos que esgotar as negociações para fazer o melhor para o Robinho e para o Santos, e que as partes saiam satisfeitas sem precipitação", completou.

Durante a polêmica entrevista, o camisa 7 disse que não discutiria a renovação se não recebesse os direitos de imagem atrasados, avisou que não reduz seu ordenado para renovar e que não descarta atuar em clubes brasileiro, incluindo os rivais de São Paulo. Um dia depois, o Santos obteve um empréstimo bancário e pagou a dívida de R$ 3,5 milhões que tinha com o atleta.

No entanto, Robinho quer manter o seu salário de R$ 1 milhão e assinar acordo de cinco temporadas. O contrato do atleta com o Santos prevê pagamento de R$ 700 mil referentes aos direitos de imagem e R$ 300 mil na CLT [Consolidações das Leis de Trabalho], conhecida como carteira profissional. Além disso, o atacante pede luvas de R$ 5 milhões.