Uma entrevista mudou o rumo do Atlético-MG e colocou Ronaldinho no clube
Cuca estava perto de completar dez meses de Atlético-MG e já tinha uma equipe montada. Mas o treinador queria mais, estava em busca de um jogador para ser protagonista, o diferencial do time no Campeonato Brasileiro que começaria em algumas semanas. Para a felicidade do técnico, o Atlético contratou Ronaldinho Gaúcho, que se tornou um dos maiores jogadores na história alvinegra. Porém, ele não era a primeira opção. E o Atlético só conseguiu buscar Ronaldinho por causa de uma entrevista que desagradou ao então presidente Alexandre Kalil.
Os primeiros meses de 2012 foram de muita pressão na Cidade do Galo. O time vinha de uma péssima temporada em 2011, mas Cuca se mostrava confiante. Então surgiu a oportunidade de contratar Diego Forlán, o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010. Alexandre Kalil chegou a viajar até a Europa para conversar com o empresário do jogador.
Para contar com o atacante, então na Internazionale de Milão, a direção atleticana fez uma série de esforços e alterações no orçamento, tudo para ter condições de pagar algo perto de R$ 700 mil mensais, valor desejado pelo jogador uruguaio. Apesar do interesse e do empenho do Atlético, a negociação era lenta e de poucos avanços. Kalil admitia as tratativas, mas tentava diminuir a expectativa da torcida, que esperava pela chegada de um grande nome.
“Eu tenho pequena esperança, mas não tenho obrigação. O que está acontecendo é uma grande covardia com a torcida do Atlético. A possibilidade da vinda de Forlán é pequena. Nós estamos fazendo todo o esforço possível dentro da maior responsabilidade, com projeto mercadológico interessante. Mas a possibilidade é muito pequena”, declarou o dirigente em maio daquele ano.
Entretanto, todo esforço feito pela diretoria do Atlético acabou uma declaração de Pablo Forlán, pai de Diego Forlán. Ex-jogador e com passagens pelo futebol brasileiro durante a década de 1970, quando atuou por São Paulo e Cruzeiro, o uruguaio revelou que preferia ver o filho com a camisa celeste ao invés da preta e branca. “Tenho que ser sincero, queria ver meu filho primeiro no São Paulo e depois o Cruzeiro, tenho que ser sincero porque sou cruzeirense. Mas se ele for jogar no Galo, vou torcer para o Atlético”, disse Pablo Forlán, em entrevista à TV Alterosa.
Imediatamente o Atlético abandonou as negociações, deixando o caminho livre para o Internacional, outro interessado em Diego Forlán. “Quando houve aquela declaração do pai do Forlán eu liguei para o procurador dele e disse que ele não interessava mais ao Atlético. Isso antes do assunto Ronaldinho”, explicou Kalil à época.
Com a não contratação do uruguaio, uma semana depois o clube mineiro aproveitou o imbróglio entre Flamengo e Ronaldinho e contratou o craque brasileiro por R$ 350 mil mensais mais cláusulas de produtividade. Caso tivesse acertado com Forlán, dificilmente o Atlético teria condições financeiras de acertar com Ronaldinho, até porque o jogador estrangeiro receberia quase o dobro do que o acertado com R10.
Três anos depois, com Forlán já fora do Inter e Ronaldinho em outro clube, é possível ver como a entrevista de Pablo Forlán fez bem ao Atlético. Com a camisa alvinegra o meia com passagens por Barcelona e Milan brilhou intensamente e conquistou uma Copa Libertadores. Já Diego Forlán ficou um ano e meio no Internacional e marcou somente 22 gols em 55 jogos e foi embora sem deixar saudades nos colorados.
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