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Sete chaves explicam a vitória tranquila do Palmeiras sobre o Corinthians

Diego Salgado e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

01/06/2015 06h00

Depois de eliminar o Corinthians nas semifinais do Paulista, o Palmeiras voltou à Arena Corinthians e fez ainda melhor: desta vez pelo Brasileirão, derrotou o rival por 2 a 0 no último domingo (31). O alviverde chegou à partida em crise, ainda sem vitória no campeonato, mas conseguiu reverter a situação.

O jogo teve, é verdade, dois times um pouco diferentes dos do primeiro confronto. Foram sete chaves, divididas entre vários responsáveis, que levaram à contundente vitória palmeirense.

1) O novo esquema de Oswaldo de Oliveira

O cenário antes da partida indicava que Oswaldo de Oliveira utilizaria Rafael Marques como centroavante, na vaga de Cristaldo. O argentino saiu do time, e Rafael entrou, mas não jogou no comando de ataque - o setor ficou sem ninguém. Kelvin foi aberto de um lado, Rafael Marques de outro, enquanto Valdivia e Zé Roberto formaram uma dupla de meias centralizada.

Não poderia ter dado mais certo: o primeiro gol saiu com Kelvin cruzando da direita para Rafael Marques, entrando pela esquerda, na segunda trave, marcar de cabeça; o segundo veio com Zé Roberto, aparecendo de trás e invadindo a área pelo meio.

2) A volta de Rafael

Rafael Marques vem se consolidando como um dos jogadores mais importantes do Palmeiras em 2015: decisivo em clássicos, foi o herói dos confrontos contra São Paulo e contra o próprio Corinthians no Paulista. Na sua ausência, o ataque alviverde estava em jejum há três jogos - ao retornar, repetiu o que fez no Estadual: balançou as redes e decidiu um clássico. Agora, tem três gols em duas partidas em Itaquera.

3) Valdivia acordou na hora certa

Valdivia vinha de uma sequência de atuações fracas e apagadas e começava até a ser contestado pela própria torcida do Palmeiras. Na Arena Corinthians, finalmente brilhou: seu domínio de bola e visão foram fundamentais para o primeiro gol. Além disso, correu, brigou e puxou contra-ataques. Depois do jogo, ouviu de Oswaldo de Oliveira e do presidente Paulo Nobre pedidos para que permaneça após o fim de seu contrato, em agosto.

4) Apatia corintiana

Não foram só méritos do Palmeiras que construíram o resultado. O Corinthians falhou bastante e nem de perto teve a mesma intensidade que tanto chamava a atenção no começo do ano. No primeiro tempo, foi lento nas trocas de passes, deu espaço na saída de bola adversária. Renato Augusto, que estava aceso e chegava a destoar dos companheiros, chegou a se irritar em campo.

5) A má condução dos contratos de Emerson e Guerrero

É necessário ressaltar que o Corinthians acabou atuando sem dois de seus principais jogadores - o clube alvinegro, entretanto, esteve diretamente envolvido nessa decisão. Tanto o peruano como o brasileiro estavam aptos, em condições de jogo, mas por acordos com a diretoria foram deixados de fora. A falta que fizeram é evidente.

6) Decisões de Tite

Ficar sem Guerrero não é novidade para o Corinthians - na primeira fase da Libertadores foram vários jogos sem o peruano. Para lidar com isso, Tite teve grande sucesso ao utilizar Danilo como falso 9. Foi assim que venceu o São Paulo na estreia pela competição continental, jogo considerado pelo próprio treinador como o melhor do alvinegro na temporada.

Contra o Palmeiras, optou por deixar Danilo no banco e começar a partida com Romero isolado no ataque. O paraguaio ficou perdido no meio dos zagueiros alviverdes. Tite também deixou Elias entre os reservas e optou por escalar Bruno Henrique, que não teve grande atuação. Mesmo perdendo o jogo, não colocou em campo um dos principais destaques corintianos na temporada.

7) Os pés de Prass

Logo nos primeiros minutos de partida, Renato Augusto fez uma bela jogada e saiu na cara do gol. O chute parou nos pés de Fernando Prass, que rebateu. Um gol naquela altura do jogo, em plena Arena Corinthians cheia, teria dado outro ânimo ao alvinegro. Poderia, certamente, ter mudado por completo a história do jogo.