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Kleber gera rombo financeiro no Grêmio. Um dos "culpados" é o Corinthians

Kleber está sem clube depois de rescindir contrato com o Grêmio - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio FBPA
Kleber está sem clube depois de rescindir contrato com o Grêmio Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio FBPA

Dassler Marques e Marinho Saldanha*

Do UOL, em São Paulo e Porto Alegre

02/06/2015 06h00

Rivais pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro na próxima quarta-feira, em Porto Alegre, Grêmio e Corinthians também disputavam a contratação de Kleber, cabeça a cabeça, em 2011. E foi justamente dessa concorrência que surgiu o rombo financeiro de praticamente R$ 35 milhões nos cofres gremistas causado pelo contrato feito pelo ex-presidente Paulo Odone. A novela acabou na segunda-feira com um acordo judicial.

A conduta da direção corintiana no episódio ajuda a explicar o patamar em que o Grêmio chegou para vencer a concorrência por Kleber, que deixava o Palmeiras por desentendimentos com Luiz Felipe Scolari. A prioridade pessoal do atacante era por realizar o sonho de criança, quando torcia pelo Corinthians.

Foi o então que o presidente Andrés Sanchez, na reta final de seu mandato, apresentou a última oferta ao então empresário de Kleber, Giuseppe Dioguardi. O Corinthians estava disposto a pagar salários de R$ 350 mil, comprar o jogador do Palmeiras e assinar um contrato de três temporadas.

Paulo Odone, presidente gremista na ocasião, não poupou esforços e dinheiro para levar o atacante para o Grêmio. Cedeu a todas as exigências do jogador. O momento era propício, com a injeção de recursos pelos novos contratos de televisão que os clubes tinham negociado com a Rede Globo. Assim, Kleber pediu e foi atendimento para um vínculo de cinco anos e salários de R$ 500 mil. No primeiro ano do contrato, os valores foram maiores, de R$ 720 mil.

Houve, ainda, a possibilidade de o Corinthians subir a oferta. Kleber aceitava receber menos do que o Grêmio pagava, mas não abria mão de um contrato por cinco temporadas. Quem participou da negociação à época atribui a Andrés a firmeza corintiana no episódio. Havia, dentro da diretoria, quem estivesse disposto a aumentar a proposta. Mas foi o então presidente Sanchez quem abdicou. Hoje ele é superintendente de futebol.

O Grêmio, por sua vez, até hoje paga o preço por esse negócio. No acordo firmado na segunda-feira, irá pagar 60 parcelas de R$ 120 mil em relação à vigência do contrato que foi rompido de forma unilateral. Dessa maneira, cada um dos 23 gols de Kleber custou R$ 1,5 milhão. Cada minuto em campo gerou despesa de R$ 3735 para os cofres gremistas. O total de tempo no departamento médico, por duas cirurgias no tornozelo, supera um ano.

Agora sem contrato, Kleber, 31 anos, está livre para negociar com outras equipes. Já sem o status que tinha em 2011. Grêmio e Corinthians, por sua vez, têm no ataque de seus elencos o maior foco de preocupação na atualidade. Os gremistas buscam reforços com uma premissa: não ultrapassar o teto salarial de R$ 150 mil.

Confira o custo de Kleber para o Grêmio:

Primeiro ano de contrato: R$ 8,6 milhões (R$ 720 mil/mês)
Segundo e terceiro anos de contrato: R$ 12 milhões (R$ 500 mil/mês)
Quarto ano de contrato, sem direitos de imagem: R$ 1,7 milhão (R$ 350 mil/mês)
Pagamento ao Cruzeiro: R$ 800 mil
Pagamento ao Palmeiras: R$ 5 milhões
Acordo de rescisão de contrato: R$ 7,2 milhões
Atrasados de imagem e direitos: R$ 6 milhões
Valor total: R$ 41,3 milhões
*Atualizado às 12h