Após quase dois anos de torcida única, Cruzeiro vai pedir os 10% no Horto
Desde que os membros de sua própria torcida se enfrentaram nas arquibancadas do Independência, o Cruzeiro optou por abrir mão dos 10% de ingressos que tem direito quando vai ao estádio jogar contra o rival Atlético-MG na condição de visitante. A última vez que o clássico teve as duas torcidas aconteceu em outubro de 2013, pelo Campeonato Brasileiro. De lá pra cá, foram realizados outros cinco jogos entre os clubes e somente com torcedores alvinegros no Horto. Mas, ao que parece, isso vai mudar. Na primeira entrevista de Luxemburgo como novo técnico do Cruzeiro, o presidente Gilvan de Pinho Tavares aproveitou o momento para citar a novidade: o Cruzeiro vai pedir os 10% de ingressos para o clássico deste sábado, contra o Atlético-MG, no Independência.
“Já foi solicitada (a carga de ingressos). Na reunião que teve hoje, na Federação (Mineira de Futebol) para discutir os detalhes do jogo de sábado, foi colocada a questão de ingressos. Achei que estava fazendo um bem para o futebol brasileiro em não exigir ingressos, porque nem cabem 10% de torcedores do Cruzeiro. Então, eles têm que ceder bem menos para nós e exigir seus 10% para o Atlético no Mineirão. Mas vamos pedir à torcida do Cruzeiro para não criar problemas fazendo com que a gente perca mando de campo em jogos futuros”, comentou Gilvan.
Assim como fez o Atlético nos clássicos no Mineirão, a diretoria celeste dará preferência ao torcedor associado que tiver interesse em comprar os bilhetes. Conforme informou Gilvan, a postura da atual cúpula atleticana, na gestão de Daniel Nepomuceno, contribuiu para o acordo tranquilo entre os clubes. Desta forma, o Independência voltará a contar com as duas maiores torcidas mineiras no maior clássico do estado.
“Vamos consignar. Eles vão nos entregar a quantidade de ingressos que eles têm para nos vender. Se os membros do Sócio do Futebol adquirirem o que eles vão nos entregar, a gente faz o acerto com eles. Nós, dirigentes, não podemos ser torcedores comuns, ter ranço ou implicância um com o outro. A gente tem que dar exemplo para a torcida”, acrescentou Gilvan.
A estratégia do Cruzeiro pode ser explicada também como motivação para ter a torcida celeste ao lado do time. Desde as horas seguintes à demissão de Marcelo Oliveira, parte da torcida citou a diretoria como principal responsável pelo início de ano ruim. A desconfiança por Luxemburgo ainda é grande por parte dos torcedores, que preferiam a manutenção de Marcelo no cargo. Antes do clássico, marcado para às 18h30 deste sábado, o time recebe o Flamengo no Mineirão, nesta quarta, às 22h.
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