Do céu ao inferno em sete dias. Como foi a última semana de Marcelo na Toca
Apesar do desempenho irregular no primeiro semestre, o ambiente estava tranquilo. O Cruzeiro tinha a vantagem de ter triunfado sobre o River Plate no jogo de ida por 1 a 0 e nem precisava vencer o jogo de volta no Mineirão. Um empate bastava para alcançar a sétima semifinal de Libertadores e manter vivo o sonho do tri e a passagem para o Mundial de Clubes no Japão. A vitória não veio e sequer a igualdade. Em um passeio argentino na Pampulha, a equipe mineira foi eliminada da competição mostrando talvez uma dos piores apresentações no ano.
De lá pra cá, o ambiente no Cruzeiro não foi lá dos melhores. Mesmo ainda abalado pela morte da mãe, o treinador voltou aos treinos e ainda reforçou o clima de tranquilidade com os jogadores e diretoria. Presidente do clube, Gilvan também foi aos microfones para dizer que não só estava tudo bem, mas que o desejo da cúpula era de permanecer com o treinador no cargo.
No compromisso em Florianópolis, a derrota para o Figueirense deu ares de que a demissão de Marcelo seria apenas questão de tempo. A uma semana do clássico contra o Atlético-MG, o resultado contra o rival poderia ser determinante para ficar ou deixar a Toca da Raposa. Antes disso, porém, a diretoria decidiu que já estava na hora de uma mudança, optando por mandar o campeão brasileiro dos últimos anos embora.
“É uma somatória de coisas. Vai se somando, uma série de fatores para chegar a uma decisão como essa”, disse o gerente de futebol, Valdir Barbosa.
Sem um diretor de futebol fixo desde a saída de Alexandre Mattos, o Cruzeiro encontrou dificuldades para trazer jogadores e comandar o futebol fora de campo. Dentro das quatro linhas, a estratégia refletiu no elenco e principalmente em Marcelo.
Nos bastidores, Marcelo Oliveira e a diretoria não falaram a mesma língua. O treinador solicitou algumas contratações, caso do zagueiro Leandro Almeida, mas não foi atendido pela diretoria. Outra situação semelhante foi o desejo de contar com Diego, atualmente no Fenerbahçe, da Turquia. A diretoria descartou contratá-lo e tentou outras soluções para exercer a função de camisa 10.
A falta de entendimento não se limitou às tentativas de reforçar o elenco, mas também no destino de alguns ex-jogadores. Dagoberto foi afastado por incompatibilidade de trabalho com o treinador, mas o presidente Gilvan de Pinho Tavares cogitou o retorno, mesmo depois de escutar de seu técnico que não recuaria na decisão.
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