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Saída de Ralf é tentativa de Tite resolver problema crônico do Corinthians

Saída de bola ruim é o que Tite tenta corrigir com Cristian no lugar de Ralf - AP Photo/Andre Penner
Saída de bola ruim é o que Tite tenta corrigir com Cristian no lugar de Ralf Imagem: AP Photo/Andre Penner

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

03/06/2015 14h11

O Corinthians é o segundo pior time em finalizações certas no Campeonato Brasileiro. Mas uma parte considerável do problema pode ser consequência de outro. É o que se indica com a saída de Ralf para o duelo desta quarta-feira, com o Grêmio, em Porto Alegre.

Para tentar melhorar a saída de bola, que já não é boa com Gil e Edu Dracena, Tite vai dar a Cristian sua primeira chance no ano de atuar junto com os titulares. O treinador evita expor um de seus líderes, mas há algum tempo sinaliza que o setor ocupado por Ralf precisava de mudanças.

Na eliminação para o Guaraní-PAR pela Libertadores, Felipe saiu machucado no intervalo e Ralf passou à zaga. Elias, naquele dia, virou primeiro volante. Já contra o Palmeiras, Renato Augusto assumiu a função de Ralf, também retirado após 45 minutos. Agora ele saiu mesmo do time.

Há alguns números que indicam o problema, como o de que o Corinthians é a quarta equipe que mais perde a posse de bola no Brasileiro ou uma das piores em inversões de jogo. O time corintiano ainda que é o oitavo com mais lançamentos utilizados como expediente. O goleiro Cássio é o quarto jogador do torneio em média a dar mais chutões para a frente.

Sem Paolo Guerrero para receber esses lançamentos, se faz ainda mais urgente a melhora na saída para que a bola chegue com qualidade à frente, pelo chão. Como o peruano tem ótimo aproveitamento nas bolas aéreas, a ligação direta pelo alto era um expediente mais eficiente adotado pelos zagueiros quando pressionados. Romero e Vagner Love, porém, são pouco eficazes nesse fundamento. A bola que chega por cima bate e volta.

Com Mano Menezes, em 2014, o recuo de Elias e a contratação de um zagueiro mais técnico, Anderson Martins, visavam justamente minimizar as dificuldades de Gil e Ralf com o passe. Bruno Henrique chegou a assumir a titularidade por 10 jogos, mas Ralf superou lesão e reassumiu o posto na reta final.

Hoje, há a sensação no clube e no próprio estafe do jogador de que o ciclo no Corinthians se encaminha para o fim. Aos 30 anos, Ralf já não tem mais o mesmo vigor físico de antes para os desarmes, o que assegurava sua condição de jogador intocável desde 2010. Habitualmente um dos principais ladrões de bola da Série A, ele não está entre os 20 primeiros do fundamento, em média, depois de quatro rodadas.