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Sheik é apresentado no Fla e alfineta Flu: 'Poderei cantar hino à vontade'

Emerson Sheik beija a camisa do Flamengo na apresentação ao clube - Gilvan de Souza/ Flamengo
Emerson Sheik beija a camisa do Flamengo na apresentação ao clube Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/06/2015 11h35

O atacante Emerson Sheik foi apresentado oficialmente pelo Flamengo na manhã desta quarta-feira, na sede do clube, na Gávea, e demonstrou sua já conhecida irreverência. Sempre com a língua afiada, ele alfinetou uma de suas ex-equipes, o Fluminense, ao relembrar o episódio onde foi demitido após cantar um funk do rubro-negro ("Bonde do Mengão sem freio") dentro do ônibus do time tricolor, em uma viagem pela Copa Libertadores de 2011.

“Agora vou poder cantar a música à vontade. Não vão me mandar embora aqui (risos). Mas tenho um respeito muito grande por todos os clubes que passei. Botafogo, Fluminense, Corinthians... Nesses clubes, dei meu melhor, fiz amizades, e tive o carinho e respeito do torcedor, mas sempre ficou muito claro, e nunca escondi isso, o desejo de voltar vestir a camisa do Flamengo, pelo carinho ao clube e a identificação com a torcida”, frisou.

De volta ao Flamengo, Emerson reeditará a dupla que fez no Corinthians com Guerrero, onde conquistaram, entre outros títulos, a Copa Libertadores e o Mundial Interclubes. O atacante já iniciou os treinamentos na última terça e fará primeira atividade com os companheiros nesta quarta-feira. A diretoria corre para regularizar e a tendência é que ele esteja em campo contra o Atlético-MG, neste sábado, no Maracanã.

Veja outros trechos da entrevista:

Volta ao Flamengo

“Enquanto ser humano, continuo o mesmo. O lado profissional certamente mudou. Cheguei como um desconhecido, não tinha conquistado absolutamente nada e hoje tenho diversos títulos. A responsabilidade é diferente, a pressão é diferente, mas o torcedor entende e vê quando o atleta se dedica. Essa impressão que tento passar hoje ao torcedor do Flamengo. São momentos diferentes porque cheguei como desconhecido e hoje sou um vitorioso”, analisou.

Mais tempo de Fla?

Tenho pouco mais de seis meses para convencer esses caras. Vou sempre dar meu melhor, minha carreira é pautada por vitórias. Não estou aqui para passear, vim pensando grande, em conquistas

Dupla com Guerrero

Deu certo no Corinthians e a expectativa é a de que no Flamengo aconteça novamente. O Guerrero é meu amigão. Só é difícil entendê-lo, fala tudo errado, pensa que falar português e não fala nada (risos). Mas eu já sabia (da negociação) por conta dessa amizade. Ele certamente me perguntou como era o Flamengo e eu falei o que eu acho (risos). Temos um carinho muito grande um pelo outro dentro e fora de campo

Idade avançada aos 36 anos?

“Estou com 36, mas com corpinho de 25 (risos). Sou um cara muito privilegiado, estou bem fisicamente e tenho um biotipo que ajuda muito. Sou muito elogiado pelos preparadores físicos e não vejo problema quanto a isso”.

Concorrência

Tive sondagens de outros clubes, mas essa foi uma decisão que não foi difícil de ser tomada. Sempre foi um desejo meu voltar ao clube que amo desde criança. Ao clube que tive a certeza desse carinho, amor e paixão. Estou convicto de que fiz a escolha certa. Quero agradecer ao sócio-torcedor, à diretoria do Flamengo, pelo esforço que fizeram para eu estar aqui hoje. Obrigado

Tentativa de voltar

Saí contra o Cruzeiro, lembro perfeitamente, o torcedor pedia para que eu não fosse e ficasse. Fui para o mundo árabe e desde que voltei, ainda no início de 2010, todas as negociações que tive foi com o Flamengo em primeiro lugar. Por uma série de motivos não aconteceu e fui muito feliz nos clubes que pude jogar. Mas o desejo era sempre estar no Flamengo. E hoje, com 36 anos, estou voltando para o lugar que de fato que talvez não deveria sair. Posso estar sendo injusto com Botafogo, Corinthians. Queria muito estar aqui e hoje feliz estou. E ninguém vai mudar isso.

Forma física

Venho acompanhando os jogos a fim de conhecer o grupo, características, porque não vinha acompanhando os jogos. Os treinamentos vão mostrar muito mais do que palavras. É iniciar os treinamentos, ver como o Cristóvão vai querer armar sua equipe. Importante é pensar em grupo. Meu pensamento inicial é retomar rapidamente os treinos com o grupo e depois vemos outras coisas.

Sorte ou competência?

O Flamengo precisa de todos. Cada um contribuindo da maneira que pode. Sou um jogador que não gosta muito da sorte. Eu trabalho. O resultado é o trabalho. Eu não acredito muito na sorte, mas se vocês colocam dessa maneira, eu sou um cara que nos jogos decisivos tenho essa sorte. Ninguém ganha jogo sozinho, seria mais um mais a dizer "Ahhh... futebol é um esporte coletivo". Mas é.

Polêmica com CBF

Naquele momento, no Botafogo, entendi que um atleta com a minha personalidade, não necessariamente eu, deveria falar. E eu tomei a decisão de falar, porque naquele momento entendi que alguma coisa estava errada. Diante dos últimos acontecimentos, me acho muito pequenininho para comentar alguma coisa. A coisa é muito maior do que eu imaginava. Deixa para os capacitados falarem alguma coisa. Eu tô fora!

Número ideal

Na primeira passagem joguei com a 11. No Corinthians, eu fui pouco feliz com a 11, né? Não tive preocupação em nenhum momento de escolher a camisa. Rodrigo botou algumas opções, e ele já sabia da camisa que eu gosto de usar. Porém essa camisa já tinha dono, então não falei da 10 e da 11, nem número nenhum. Posso te afirmar uma coisa. Para vestir essa camisa, não precisa de número. Pode ser o número 1000. O importante é estar vestindo.