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Tite grita em vestiário e diz que Corinthians não foge de responsabilidade

Dassler Marques

Do UOL, em Santos

20/06/2015 19h30

A reunião entre Tite e seus jogadores após a derrota para o Santos, neste sábado, foi marcada pela reação forte do treinador. Da porta do vestiário, pouco antes da entrevista coletiva, foi possível ouvir gritos do técnico para os comandados, mas nenhuma palavra foi identificado. Já no contato com os jornalistas, ele reagiu com ponderação depois do Corinthians perder por 1 a 0.

"Quem me conhece sabe que sou ponderado e consciente, independente do que acontece. Ali (no vestiário) é momento do técnico. (...) Não vou trazer aqui para vocês. Estamos em busca do equilíbrio da equipe", declarou Tite.

"Temos que ter a compreensão do torcedor. Não estou dizendo de todos, mas da grande massa, que tem amor pelo clube, que tem que compreender. Não é desculpa, não estamos fugindo da responsabilidade. Mas precisamos jogar bem e crescer para construir uma equipe, tal qual já teve méritos e glórias. Precisa de tempo", disse ainda o comandante.

Enquanto o treinador falava com os repórteres no vestiário da Vila, era possível ouvir o protesto de torcedores corintianos com gritos contra jogadores por mais uma derrota. Foi justamente nesse momento que Tite pediu paciência.

"A camisa pesa. Não dá pra cobrar Mendoza, por exemplo, como se cobra outros. Essa compreensão o torcedor tem que de ter. Nós jogamos por amor ao clube e à nossa atividade. Não por outra coisa", afirmou.

Confira outras respostas de Tite:

Análise da partida
Estamos em busca do equilíbrio da equipe. Trouxemos Jadson e Renato Augusto para o meio e isso fez a equipe melhorar. O primeiro tempo foi do Santos, que foi mais efetivo. O segundo foi nosso, mas sem efetividade.

Críticas ao árbitro Luiz Flávio de Oliveira
No lance do Fagner, do primeiro amarelo, ele sofre falta. Só para dar casos específicos. O segundo amarelo foi correto. O Luciano tinha que ser expulso. Tinha o amarelo, calculou mal o tempo de bola e fez a falta, mas ele não deu (cartão). No lance em que ele expulsou o jogador do Santos (Rafael Longuine), há um cruzamento, a bola bate na mão e tem trajetória de área alterada. Na sequência, ele dá o amarelo do Fagner.

Impedimento no gol santista?
Estava impedido. Eu vi dali que estava impedido. 'Ah, mas é pouquinho'. Por pouquinho eu sou cobrado, vocês são na atividade profissional de vocês são cobrados.

Jejum em clássicos
Um detalhe é a análise dos clássicos, outra é dos campeonatos. Se analisar sob a ótica dos clássicos, tem que matar no peito, não temos vencido. Se olhar a do campeonato, é busca da evolução, do crescimento, os mesmos três pontos (de outros jogos) valem.
Momento difícil do clube
Temos de encontrar o ponto de equilíbrio e dar sequência para que possa trabalhar. Senão a cada derrota a gente crucifica um atleta e perde dois. Tenho que ter discernimento, matar no peito, saber que o Corinthians precisa de vitórias, vencer clássicos, mas o campo é que precisa falar.
Petros jogou e está de saída
Todas as pessoas me ouvindo. Se coloquem no lugar dele. Humanamente você sente. Para o Petros seria fácil dizer que não iria para o jogo, eu falei com ele e ele disse que iria dentro. Mas é humano, às vezes isso tira o poder de concentração maior. Não fugiu da responsabilidade e merece muito meu respeito. Para ver o perfil dos atletas que tenho.
Poucas lideranças no grupo
As lideranças no momento de adversidade se potencializam e o cara vai aparecendo. O capitão Fábio Santos saiu, mas se abre a outros atletas para externarem essa característica. É do momento.

Entra e sai de jogadores
Tanto o presidente quanto qualquer diretor, nós gostaríamos de manter todos os atletas. Se não tem a grana para pagar, vai fazer o que? Por isso peço a compreensão do torcedor. Não tem vagabundo, não tem jogador que fica simulando lesão. Eu sou o primeiro responsável e tenho dignidade.
Falei para eles que precisa manter regularidade técnica. Falei de acerto de passes. Erramos muitos passes no primeiro e segundo tempo para que tenha regularidade.