Topo

Brasileirão tem recorde de expulsões. E os visitantes nunca sofreram tanto

Bruno levou cartão amarelo no clássico; lance originou expulsão de Osório - Alexandre Schneider/Getty Images
Bruno levou cartão amarelo no clássico; lance originou expulsão de Osório Imagem: Alexandre Schneider/Getty Images

Paulo Matuck

Do UOL, em São Paulo

29/06/2015 11h19

Saiu de casa, está expulso. O maior rigor dos árbitros exigido neste ano pela comissão de arbitragem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tem tido alvos preferenciais. As equipes visitantes são as vítimas preferidas no momento da exibição de cartões vermelhos pelos mediadores das partidas. No final de semana, durante a nona rodada do Brasileirão 2015, foram dois os jogadores excluídos. O zagueiro Gum, do Fluminense, por cometer um pênalti ao evitar um gol cortando a bola com a mão na vitória por 2 a 1 contra o Goiás, e o também defensor David Braz, do Santos, por reclamação, na derrota para o Internacional. Além deles, o técnico do São Paulo, Juan Carlos Osório, também foi expulso por reclamação. Todos atuaram fora de seus domínios. 

Em 90 partidas, foram exibidos 30 cartões vermelhos na temporada atual do Brasileirão. Média de 0,6 por jogo, a maior da história da competição. Entre 2003 e 2015, desde que o formato de pontos corridos foi implantado, um jogador é mandado para o chuveiro mais cedo a cada cinco confrontos. O torneio de  2006, com um atleta excluído a cada dois jogos (índice de 0,51) detém o recorde de expulsões, mas será superado se o rigor da arbitragem neste ano for mantido até o final.

A proporção entre cartões mostrados para jogadores do time da casa e o visitante é bastante diferente. Em 2006, ela foi de 59,8% vermelhos para as equipes de fora e 40,2% para as da coluna um. Na média histórica, os números são 60,8% para os visitantes e 39,2% para os mandantes. Mas, em 2015, a diferença aumentou. Os árbitros exibiram 76,7% dos vermelhos para os atletas do time que jogava fora de seus domínios e apenas 23,3% das exclusões foram de jogadores da equipe mandante.

O árbitro que mandou David Braz embora mais cedo no Beira-Rio é o líder dessa estatística no Brasileirão 2015. O paraense Dewson Fernandes Freitas da Silva fez na noite de domingo em Porto Alegre sua sétima arbitragem na Série A e exibiu seu sétimo cartão vermelho. Todos eles para jogadores de equipes visitantes. 

Dois dos expulsos por Silva, que pertence ao quadro da Fifa (Federação Internacional de Futebol), foram atletas do Fluminense, na derrota por 2 a 1 para o Palmeiras na rodada 7 no Allianz Parque. Entre eles também estava Gum. O outro foi Magno Alves. O tricolor carioca é o líder em expulsões como visitante no Brasileirão 2015. Foram quatro na competição, média de um cartão vermelho por partida. Aí está incluído o jogo contra o Flamengo, disputado no Maracanã, mas com mando de campo rubro-negro.

Isso fez o Fluminense saltar de sexto para quarto lugar em número absoluto de cartões vermelhos recebidos fora de casa desde a implantação do sistema de pontos corridos, com 57 exclusões. Superou Grêmio e Cruzeiro, que receberam 54 cartões vermelhos no período. A liderança desse ranking negativo é do São Paulo, que já viu os juízes mandarem seus atletas para fora 69 vezes. O Flamengo vem a seguir com 64 exclusões e o Atlético-MG fica em terceiro com 60 expulsões.

Em relação aos cartões amarelos, os árbitros não guardam a mesma proporção em relação aos vermelhos. No Brasileirão 2015 foram exibidas 495 advertências desse tipo nas nove rodadas completadas até agora. Dessas, 43,4% foram reservadas aos times da casa e 56,6% foram mostradas aos visitantes. Proporção bem mais próxima da média histórica, que é de 46,1% de amarelos para as equipes da coluna um e 53,9% para os jogadores dos times que atuam fora de seus domínios.

O resultado final dos jogos da temporada atual da competição mostra um número de vitórias dos mandantes acima da média história. Os sucessos dos times da coluna um são 54,4% contra 50,8%. O número de vitórias dos visitantes neste ano é de 18,9% contra índice histórico médio de 23,7% e os empates são 26,7% contra 25,5%.