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Ex-parceiro de Love revê Palmeiras: "não queria ter saído"

Edmilson e Diego Cavalieri atuaram juntos no Palmeiras - Divulgação/Instagram do Edmilson
Edmilson e Diego Cavalieri atuaram juntos no Palmeiras Imagem: Divulgação/Instagram do Edmilson

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

01/07/2015 06h00

O atacante Edmilson, da Chapecoense, conhecerá o Allianz Parque nesta quarta-feira; o estádio é novo, mas o território, familiar: o artilheiro cresceu no Palmeiras, onde jogou dos 14 aos 21 anos, chegou aos profissionais e surgiu para o futebol. Ele mesmo confessa: nunca queria ter saído.

Uma média de 0,6 gol por partida não foi suficiente para tornar Edmilson um ídolo no alviverde. Apesar dos gols, o atacante ficou pouquissimo tempo nos profissionais, e teve a seu lado um dos jogadores mais badalados da base palmeirense nos últimos anos, Vágner Love. Em 2003, sendo parte fundamental do time que conquistou a série B, foi negociado para o Albirex Niigata, do Japão. Queria ter permanecido no Palmeiras.

"Naquele momento, eu não queria ir embora, não queria sair. A minha filha tinha acabado de nascer, eu queria jogar mais Brasileiros, conquistar títulos mas o futebol naquele momento me levou. Se foi certo ou não, não posso dizer, foi bom para mim. Fui para o Japão. acabei ficando oito anos lá. É uma cultura diferente, experiencia válida, foi muito bom. Pelo menos pude ajudar o Palmeiras com o dinheiro que entrou", explica o atacante.

Em solo japonês, sempre brigou pela artilharia, sem nunca marcar menos de dez gols em uma temporada. Passou pelo Catar, voltou ao Brasil e atuou pelo Vasco pelo Red Bull Brasil. Aos 32 anos - 12 anos depois de deixar a Academia de Futebol - ainda sem lembra dos primeiros passos e da curta parceria com Vágner Love em 2003.

"Meu começo foi em 2001, participei do time B, que o Palmeiras tinha na época. Em 2003 subi para o time na Série B. Querendo ou não, aquele foi momento mais dificil da história do Palmeiras até então, e eles decidiram apostar na base. Acho que isso ajudou muito o time, eu e o Vagner Love fizemos muito gols tínhamos um entrosamento muito legal. Deu tudo certo".

O carinho com o passado, entretanto, não atrapalha os objetivos do atacante. A Chapecoense começou bem no Brasileirão, e está na nona colocação. Edmilson toma cuidado para não exagerar na empolgação, mas raciocina: no cenário atual do futebol brasileiro a distância entre os times mais ricos e os considerados menores não é tão grande. Dá para pensar mais alto.

"Temos um time muito bem estruturado. O objetivo nosso, claro, é permanecer na Série A. Mesmo sabendo que os clubes hoje estão muito nivelados, precisa ir degrau por degrau. Primeiro permanecer, depois beliscar uma Sul-Americana. Daí em diante, ver o que vai acontecer".

Para atingir esse objetivo, um gol no Allianz Parque ajudaria muito. Edmilson balançou várias vezes as redes do antigo Palestra Itália - sempre, entretanto, em favor do Palmeiras. Agora, está disposto a macar contra o time que o revelou, mas já avisa: não existe hipótese alguma de comemorar.

"Cheguei no Palmeiras com 14 para 15 anos, saí com 21. Tenho muito carinho, muito respeito, mas tenho que jogar para ganhar. Só que não tem como comemorar, pelo sentimento que teno. Cheguei com 14 anos no clube, mee ensinaram não só a jogar futebol, mas a ser humano. Vou ficar feliz sim se marcar, é meu trabalho, mas não vou comemorar pelo carinho que tenho com o Palmeiras", finalizou.