Inter mantém cabeça na Libertadores e Brasileirão passa a ser tormento
O corpo pode até estar em campo, mas a cabeça não. A campanha do Internacional no Brasileirão é mais do que clara: o clube só pensa na Copa Libertadores, no duelo contra o Tigres-MEX, e até por isto os compromissos nacionais são uma espécie de tormento. A diretoria tenta manter o discurso de atenção ao campeonato, mas Diego Aguirre não tapa o sol com a peneira e segue tratando tudo como um grande laboratório para as semifinais.
A derrota para o Sport foi o último véu a cair na dança do Colorado pelas 10 primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Um movimento que começou desde a montagem do time – com preservação e folga para Ernando, D’Alessandro e Lisandro López, até o improviso de Nilton como zagueiro. Uma postura que já havia ficado nas entrelinhas contra Palmeiras e Figueirense, ambos compromissos fora de casa.
Com o revés em Recife, o time tem 43% de aproveitamento no Brasileirão. Desde que eliminou o Santa Fe, quando a Libertadores parou, ganhou somente duas das sete partidas que disputou. E em todo este período nunca deu impressão de estar com a cabeça realmente voltada para a competição.
“Acho que se estivéssemos fora da Libertadores estaríamos mais perto (do topo da tabela)”, admitiu Diego Aguirre. “Temos que ter calma, tentar vencer o jogo de domingo. Mas sempre focado na decisão da Libertadores, o Inter é o único brasileiro na Libertadores e temos que nos preparar. É muito difícil tirar da cabeça (a semifinal da competição)”, completou adiante.
O foco na Libertadores, que soa como natural e óbvio, tem desdobramento ruim e o próprio Internacional saber disso. Tanto que adotou discurso oposto ao do técnico uruguaio.
“Ficou a desejar e precisamos nos cobrar, não era nesse patamar que gostaríamos de estar. O Inter é muito grande e não pode ter uma exibição como esta (contra o Sport). Vamos repensar as coisas e buscar uma vitória já no domingo. O Inter não vai abrir mão do Brasileirão”, afirmou Carlos Pellegrini, diretor de futebol.
A partida em Recife também fez Diego Aguirre chegar a marcar de 40 jogos como técnico do Internacional. Neste período, o charrua conseguiu 21 vitórias, 13 empates e seis derrotas. O maior número destes tropeços ocorreram no Brasileirão – contra Atlético-PR, Corinthians e agora o Sport. Antes de iniciar a disputa do Campeonato Brasileiro, o Colorado tinha 70,3% de aproveitamento na temporada. Com ele e seu status, o rendimento caiu para 63%. Diante de Atlético-MG e Flamengo o plano é utilizar força máxima, emulando a escalação que enfrentará o Tigres-MEX. E nestes jogos, o tormento por jogar algo que não seja a Libertadores se apresenta como menor.
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