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Goleadas desequilibram o Brasileirão de uma bola só em favor do Atlético-MG

Paulo Matuck

Do UOL Esporte, em São Paulo

06/07/2015 10h33

O Atlético-MG é o estranho no ninho entre os cinco primeiros colocados do Brasileirão 2015. O time é o único entre os ponteiros que possui maior número de vitórias com diferenças superiores a um gol que sucessos por vantagem mínima. Fato raro na competição que tem como marca ser o torneio mais mesquinho da história no que se refere às margens de vitória. Pela primeira vez desde 2003 mais de 60% das partidas que têm vencedor são definidas por apenas um gol.

Em 110 partidas, 62,7% dos confrontos que terminaram com um ganhador foram decididos pela diferença mínima. Até agora, a edição da competição desde a implantação do sistema de pontos corridos que menos teve placares dilatados foi a de 2014, com 59,9% dos confrontos sendo decididos por apenas um gol. A tendência de as partidas serem definidas pela menor margem possível tomou essa direção de alta em 2012. Naquele ano, 54,6% dos jogos que tiveram vencedor acabaram dessa forma. Em 2013, foram 58,1%.

Apenas em duas temporadas do Brasileirão entre 2003 e 2014 houve um menor número de jogos em que as partidas que tiveram vencedores foram definidas com margem de dois ou mais gols. Isso aconteceu em 2007, quando 52,4% dos confrontos dos confrontos foram decididos com mais de um gol de diferença e 2008, com 51,1% dos embates sendo encerrados dessa maneira.

Em 2015, entre os cinco primeiros colocados, apenas o Atlético-MG consegue fugir dessa tendência. Com sete vitórias em 11 jogos, o time ganhou três partidas (42,9%) por diferença de três gols, três jogos com dois gols de frente e apenas um duelo pela margem mínima (14,2%). É isso que torna o time líder da competição no momento, uma vez que tem o mesmo número de pontos que Grêmio e Sport. O saldo de gols dos mineiros é de 13 contra cinco do time gaúcho, segundo colocado levando-se em consideração os critérios de desempate.

Os gremistas, assim como os atleticanos, ganharam sete vezes, mas a grande maioria das partidas, cinco (71,4%), foram pela margem mínima. Somente duas (28,6%) aconteceram por dois gols de diferença.

O Sport tem saldo melhor que a equipe gaúcha (dez contra cinco), porém, perde no critério de número de vitórias (seis contra sete). Todavia, tem dois sucessos por margem de três gols (33,3%). Só que maioria das partidas em que terminou com os três pontos na tabela de classificação foi por diferença de um gol. Isso aconteceu nos outros quatro jogos (66,7%).

O Fluminense, que completa o G4, também tem seis vitórias, sendo quatro por vantagem de um gol (66,7%) e duas por dois tentos de frente (33,3%). O Corinthians, também com meia dúzia de vitórias, é ainda mais econômico ofensivamente. Foram cinco sucessos por margem mínima (83,3%) e apenas uma por dois gols de frente (16,7%).

O Brasileirão 2015 tem pouco mais de 10% de placares que podem ser considerados goleadas, como são classificados os jogos com diferença de três ou mais gols em favor de uma equipe. Apenas 9,6% das partidas (oito no total) com vencedor terminaram com um time marcando três gols de diferença sobre a outra e 1,2% com quatro gols. Nesse caso, foi apenas um duelo, o clássico entre Palmeiras e São Paulo, que teve sucesso palmeirense.

O Palmeiras é o único time que apresenta números similares aos do Atlético-MG, ainda que se encontre em posição na classificação bastante inferior. Em sétimo lugar com cinco vitórias, o time paulista tem apenas uma vitória por placar mínimo (20%), três por dois gols de diferença (60%) e uma por quatro.