Topo

Vasco tenta liminar para retomar lado direito do Maracanã contra Flu

Por contrato, torcida do Fluminense fica no setor sul em jogos no Maracanã. Vasco contesta - Nelson Perez/Fluminense FC
Por contrato, torcida do Fluminense fica no setor sul em jogos no Maracanã. Vasco contesta Imagem: Nelson Perez/Fluminense FC

Leonardo André e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/07/2015 13h26

A diretoria do Vasco não desiste de recuperar o lado direito (setor sul) das arquibancadas do Maracanã em jogos contra o Fluminense. E a briga agora foi parar na Justiça. Na tarde da última terça-feira, o clube de São Januário impetrou uma ação na 33ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ/RJ) onde solicita uma liminar de “busca e apreensão/obrigação de entregar” do contrato entre Tricolor e consórcio.

A pedido do presidente Eurico Miranda e do departamento jurídico do clube, o advogado Leonardo Rodrigues deu entrada na ação que tem Fluminense e o Complexo Maracanã Entretenimento (consórcio que administra o estádio) como réus e tenta uma liminar em "medida urgente".

No processo distribuído no TJ/RJ, o Vasco solicita a busca e apreensão do contrato firmado entre o Tricolor e o Consórcio – “exibição de documento ou coisa” – para comprovar a cláusula que assegura ao Fluminense o direito de posicionar sua torcida do lado direito das cabines de rádio e TV do Maracanã e impetrar uma futura ação de retomada do lado.

Processo Vasco - Reprodução - Reprodução
Vasco busca medida cautelar para que Fluminense exiba o contrato
Imagem: Reprodução

No texto de 19 páginas que a reportagem teve acesso, o Vasco contesta a validade de tal cláusula e argumenta que tal direito de permanecer à direita foi conquistado em campo – conquista do Campeonato Carioca de 1950 – e diz que “supostamente (Fluminense e Consórcio) teriam ajustado entre si Cláusula na qual o segundo requerido passaria a deter exclusividade de alocação de sua torcida no hoje denominado setor sul do Estádio, o que evidentemente, afronta o edital de licitação e vilipendia o histórico e arraigado direito conquistado (público e notório, repita-se), no campo, pelo Vasco da Gama nos idos de 1951 e exercido com anuência de todos os clubes por mais de 60 anos”.

Em sua defesa, também obtida pelo UOL e assinada pelos advogados Rodrigo Rocha, Gustavo Piva e Marcelo Mazzola, o Fluminense diz que a pretensão do Vasco é “absurda e não encontra o mais mínimo respaldo no ordenamento jurídico vigente" e completa dizendo que é justamente a postura do rival que “poderia colocar em risco os direitos dos torcedores”.

O Tricolor vê “flagrante ilegitimidade” por entender que o direito não seria do Vasco, mas dos torcedores, e que estes deveriam impetrar tal ação.

O clube das Laranjeiras ainda relembrou que, após a assinatura do contrato com o consórcio, já disputou quatro clássicos com o Vasco no estádio seguindo a disposição das torcidas: Fluminense do lado direito e Cruzmaltino no esquerdo “sem qualquer problema”, não gerando riscos.

Por fim, os tricolores argumentaram que uma mudança de lado aumentaria chances de confrontos, já que os caminhos naturais (partindo das respectivas sedes das maiores organizadas) levam Fluminense ao setor sul e Vasco ao setor norte.

Defesa do Fluminense no processo - Reprodução - Reprodução
Na defesa, Fluminense relembrou matérias que definição do lado não apresenta problemas
Imagem: Reprodução

Apesar das alegações cruzmaltinas na Justiça, a história dificilmente irá mudar o cenário atual. Especialistas ouvidos pela reportagem classificaram a causa como inapropriada e não acreditam em uma decisão favorável ao Vasco. Os advogados ainda acreditam que a ação distribuída na última terça-feira tem a função única de tumultuar o caso.

Para este domingo, a expectativa é que nada mude. Somente uma apresentação do contrato não poderia alterar o cenário. Somente com tal documento em mãos, o Vasco irá preparar uma nova ação para retomada do lado.

Por conta disso, Eurico Miranda solicitou que os vascaínos não compareçam ao jogo válido pelo Campeonato Brasileiro e ainda impediu a venda de ingressos nas dependências do clube.