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Não é cansaço. Renato Augusto explica motivos de Corinthians oscilar tanto

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

28/07/2015 19h10

A vice-liderança é um indicativo de que as coisas têm caminhado bem. Mas, dentro de cada jogo, o Corinthians tem mesclado momentos de grande volume com outros em que se volta à defesa e tenta assegurar a vantagem no placar. Para quem acredita que isso seja reflexo do cansaço, Renato Augusto apresenta outro argumento. Segundo ele, é estratégia.

"Acho que isso acontece porque a gente faz o primeiro tempo ganhando e é natural que o adversário venha mais para cima. A outra equipe ter mais posse de bola é relativo. Se a nossa proposta é contra-ataque e definir o jogo, como foi contra Ponte e Atlético-PR, é relativo. Não acredito em queda na parte física. Acredito que o Coritiba (domingo passado) fez uma partida boa e nós fizemos nossa pior, talvez, nos últimos jogos", declarou Renato.

De fato, na sequência de sete partidas sem derrotas, com cinco vitórias e dois empates, o Corinthians nunca saiu atrás do marcador. Na avaliação de Renato Augusto, isso condiciona o comportamento do time. Ele afirma que não tem se sentido excessivamente cansado nas últimas partidas, impressão deixada principalmente nos dois jogos recentes.

"Tenho corrido mais no segundo tempo. Pelo fato de o time recuar, eu corro mais. E aí quando você recupera a bola, tem um campo grande para percorrer. Você percorre e, se chega na frente e perde a bola, tem que voltar. Estou fazendo esse vai e vem mais que no primeiro tempo. Volto a repetir que nosso problema no segundo tempo não é fisicamente".

Em comparação à 2014, por sinal, Renato Augusto explicou que a proposta de Tite é diferente à de Mano Menezes. "Nosso estilo mudou. No ano passado, tínhamos marcação no meio. Agora marcamos no campo do adversário em busca do gol. Não tem como comparar com ano passado. Pela forma como se joga, você fica mais perto do gol e agride mais o adversário", conta.

Na prática, é como se existissem duas equipes. Quando persegue a vantagem, o Corinthians adianta as linhas, marca à frente e pressiona o adversário. Ao marcar o primeiro gol, a mudança é quase automática. Tite determina o recuo, posiciona nove jogadores atrás da linha da bola e tenta ampliar no contragolpe. Em geral, não dá para se dizer que tem dado errado: em nove gols sofridos pela equipe corintiana, dois apenas foram no segundo tempo. Mas talvez falte encontrar o ponto de equilíbrio das estratégias.

Diante do Coritiba, no último domingo, o plano foi frustrado com um gol do garoto Evandro no fim e dois pontos desperdiçados. Na quarta-feira, em Itaquera, o Vasco será o adversário corintiano e, segundo Renato, uma vitória é necessidade. "Quem vai achando que vai ser goleada, está enganado. Eles vão vir fechados, a pressão lá é grande e com certeza vai ser um jogo muito difícil", declarou.