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Até garotos promovidos têm gols e pressionam Love em Corinthians x Vasco

Gabriel Vasconcelos tem cartel de gols respeitável pelos juniores do Corinthians - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Gabriel Vasconcelos tem cartel de gols respeitável pelos juniores do Corinthians Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

29/07/2015 06h00

Campeão mundial em 2012, o agora coordenador Alessandro abre um sorriso para ressaltar. "Ambos têm o que a gente mais precisa, que é gol".

Se faltam a Vagner Love, que vai pressionado para Corinthians e Vasco na noite desta quarta-feira, os gols não têm sido poucos para Gabriel Vasconcelos, 19 anos, e Léo Jabá, 16 anos. Destaques das divisões de base que o clube tanto fala em aproveitar, os dois atacantes estão entre aqueles que, de alguma forma, colocam pressão sobre Love. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, apresentam suas credenciais.

"Eu sabia que, em mais ou menos tempo, a oportunidade ia aparecer", explica Gabriel, que na semana retrasada saiu das férias da base para o profissional. "Fiz uma Copa SP muito boa, fui campeão e artilheiro, então sempre ouvi esses boatos sobre ser promovido. Foi até bom demorar um pouco, porque se tivesse subido não teria oportunidades. Vivi três anos nos juniores, agora chegou a hora de mostrar tudo isso", diz o autor de oito gols na Copinha que defendia o Fluminense até um ano atrás.

Léo Jabá - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Léo Jabá se tornou o segundo mais jovem a defender o Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Léo Jabá é mais jovem, não está exatamente nos profissionais, mas já conseguiu o que Gabriel ainda está atrás. Na última quarta-feira, diante do ABC-RN, ele se tornou o segundo mais novo a vestir a camisa corintiana entre os adultos, atrás apenas de Jô.

Agora, na mesma noite em que o Corinthians recebe o Vasco, Jabá estará em campo com o time sub-17 diante do Flamengo pela final da Taça BH. É a possibilidade de ganhar o segundo torneio relevante em menos de dois meses, logo após o Mundialito sub-17 conquistado na Espanha.

"A estreia contra o ABC foi muito importante pela pouca idade que tenho. Antes de eu entrar, o Tite falou comigo para fazer o simples e 'vai dentro'. Foram poucos minutos, mas eram os poucos minutos da minha vida. Então, como falei para o meu pai, o melhor de mim eu deixei lá dentro. Foi uma sensação muito boa", descreve Léo Jabá, há cinco anos no Corinthians. Entre um jogo e outro da Taça BH, ele foi chamado para o amistoso em Natal e empolgou os torcedores por duas jogadas individuais pela ponta direita. Por ora, ele segue na base, mas já fez quatro gols pelo torneio sub-17.

Alessandro explica mais sobre cada um dos dois garotos atacantes. "O Gabriel é um 9, um atacante fixo de área. Ele não tem porte físico de sustentar a bola como centroavante, pela estatura, mas é forte, prende a bola e é finalizador. O Léo Jabá é um atacante de beirada, de muita velocidade e com jogada individual e finalização", conta. O diretor de futebol adjunto Eduardo Ferreira é um dos idealizadores da integração maior entre base e profissional. "Estamos trabalhando com calma para que esses jogadores tenham espaço", afirma.

Sem dinheiro, o Corinthians perdeu Jonathas para a Real Sociedad-ESP, Teo Gutiérrez para o Sporting-POR e não conseguiu tirar Dentinho do Shakhtar-UCR. Para Léo Jabá e Gabriel Vasconcelos, as inspirações para buscar esse espaço vazio vêm justamente daqueles que partiram e deixaram espaços abertos. "Eu me inspiro muito no Paolo Guerrero, que é da minha posição. Pelo que ele vinha demonstrando, é um dos maiores 9 da atualidade", conta Gabriel.

Já para Léo, a relação com Sheik é ainda mais especial. "O Emerson é meu padrinho no futebol. Já estive com ele no CT, fui na casa dele, passei recentemente uma semana em Angra dos Reis com ele. Quando joguei contra o ABC, ele me mandou parabéns pelo WhatsApp. Pela amizade e o carinho que temos, ele me trata como filho, me dá bastante conselho e me cobra", explica Jabá.

Se Vagner Love bobear mais, Gabriel e Léo estão prontos. Mas e Tite, será que está disposto a dar uma chance?

"O Tite está sempre perguntando, conversando, tem uma relação boa com os profissionais da categoria. Ele tem tentado se aproximar. (...) São atletas bem pontuados, é ter calma que a oportunidade vem em breve", diz Alessandro. É esperar para ver.