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Artilheiro do Atlético-MG mantém silêncio, mas amigos falam por Pratto

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

30/07/2015 06h00

Fazendo três gols ou passando em branco. Com o Atlético-MG ganhando ou perdendo. Domingo ou quarta-feira. Não importa estádio, situação e pedidos. O argentino Lucas Pratto não conversa com a imprensa depois dos jogos. Mas que tal falar sobre os três gols no importante triunfo sobre o São Paulo? “Não, não”, limitou-se a dizer o camisa 9 do Atlético. Enfim, como aquele velho ditado popular – “faça chuva ou faça sol” – a postura é a mesma.

Herói da noite e cada vez mais ídolo da torcida, Pratto foi o primeiro jogador a deixar o vestiário sul do Mineirão. Acompanhado do também argentino Jesus Dátolo, eles foram levados por um funcionário do Atlético rumo ao aeroporto de Confins. Afinal são quatro dias de folga e nada melhor do que aproveitar para rever familiares e amigos. Ambos embarcaram no voo direto da capital mineira rumo a Buenos Aires que partiu no início da madrugada.

Como Pratto manteve a postura de não dar entrevistas depois das partidas, a solução foi conversar com pessoas próximas ao centroavante. Companheiros de time e membros da comissão técnica. Cada um com seu ponto de vista, para ajudar a explicar o sucesso instantâneo que o argentino teve com a camisa alvinegra.

São 17 gols em 32 partidas, alguns já históricos, como os dois na virada sobre o Cruzeiro, na semifinal do Campeonato Mineiro. Estrangeiro com mais gols pelo clube, agora já são quatro a mais do que o compatriota Dátolo, o que praticamente coloca fim numa disputa que começou em janeiro.

Além dos gols, Pratto tem se destacado também pela intensa movimentação no setor ofensivo. Portanto, nada melhor do que um zagueiro para avaliar o atacante. Adversários durante as atividades na Cidade do Galo, o experiente Edcarlos tenta explicar o motivo de o argentino ir tão bem com a camisa do Atlético.

“Ele é complicado de marcar, não para de lutar o tempo inteiro e acredita em todas as bolas. Isso é um ponto muito positivo. É um cara que não procura cavar falta. Tromba e continua em busca do jogo. Em uma partida ou outra as coisas não saem da forma que nós esperamos. Mas ele trabalha duro e tenho certeza que vai nos ajudar muito na sequência do campeonato”.

Para fazer gols, já são sete no Brasileirão, um a menos do que o artilheiro Ricardo Oliveira, Pratto precisa receber os passes de alguém. Marcos Rocha, Cárdenas, Luan, Maicosuel e Guilherme são alguns dos garçons que já serviram o camisa 9 do Atlético. Diante do São Paulo o protagonista Lucas Pratto teve Giovanni Augusto como seu principal coadjuvante. Dos pés do meia saíram os passes para dois dos três gols.

“Primeiro que os zagueiros acham que ele é pesado e acabam deixando espaço. Ele sai em velocidade e define em gol. O Pratto é aquilo ali, matador nato e merece tudo o que está acontecendo com ele. E que essa parceria possa dar certo mais vezes, para dar mais alegrias para a nossa torcida”, contou Giovanni Augusto.

É justamente essa aparência de Lucas Pratto que surpreende muita gente. Parece ser pesado, parece ser lento, mas está sempre correndo, sempre bem colocando e sempre participando do jogo. E não estão acima do peso, como garante Rodolfo Mehl, o preparador físico do Atlético.

“O Pratto, se você encontrar com ele na rua, até fala que não é jogador de futebol. Não tem estilo. Mas é um cara forte, que parece lento, mas não é lento. Enfim, Deus deu um dom para ele, que é jogar futebol. Ele aproveita muito, pois fisicamente também é ótimo. A adaptação dele à nossa maneira de trabalhar também foi boa e ele está colhendo os frutos agora”.