Topo

Cristóvão Borges diz que há racismo nas críticas em seu trabalho no Fla

Cristóvão Borges reclama das criticas racistas que recebe pelas redes sociais - Gilvan de Souza/ Flamengo
Cristóvão Borges reclama das criticas racistas que recebe pelas redes sociais Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Do UOL, em São Paulo

10/08/2015 22h29

O técnico do Flamengo, Cristóvão Borges, está insatisfeito com as críticas que tem recebido dos torcedores, especialmente via redes sociais.

Em entrevista à ESPN, o treinador afirmou acreditar que as críticas ao seu trabalho têm caráter racista, e não exclusivamente relacionados ao seu desempenho no comando da equipe. O treinador ressaltou que os principais ataques acontecem via redes sociais.

“Venho sofrendo críticas que fogem do padrão normal e comum que acontecem no futebol. (...) Existem críticas exacerbadas que, por serem sistemáticas, viraram perseguição. E algumas com conotação racista sim”, declarou o treinador.

O treinador abordou o assunto com mais profundidade e declarou que as críticas são sistemáticas e já chegaram inclusive a se tornar “perseguição”.

“Existem componentes racistas sim. Por exemplo, foi citado que o Flamengo, na hora de escolher o treinador, deixou de escolher o Oswaldo de Oliveira para escolher um do Pelourinho. A tolerância comigo é diferente, sempre foi. Agora, não é uma coisa que me afete a ponto de atrapalhar meu trabalho. Isso não, porque eu me preparei para estar nessa situação. Só que, quando passa do ponto, quando me atinge como pessoa, como cidadão, aí sim vou procurar meus direitos para me fazer ser respeitado. O racismo existe e ele é camuflado, como tem sido aqui comigo em relação às críticas”, declarou Cristóvão.

Por fim, o treinador destacou que os ataques não representam a torcida do Flamengo e que nunca foi de reclamar de críticas, mas que a omissão é justamente o que os racistas esperam em casos como este.

“Sou um treinador que sempre é criticado por muitas coisas. Não é aqui, não é agora. As pessoas do futebol sempre são muito criticadas. Eu nunca fui de reclamar de críticas e não vou ser. Esse tipo de pessoa vai querer usar a torcida do Flamengo, que não tem nada a ver com isso. O racista vê o negro como aquela pessoa que deve dizer amém, não deve se colocar. Eu me coloco, tenho posição, defendo minhas convicções. Eu sou tido como o intruso, abusado, porque cheguei numa posição e me coloco, contesto se achar errado. Que fique claro que minha posição não é e nunca vai ser de pobre coitado”, finalizou o treinador.