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Treinador que quase calou Itaquera foi plano B de Andrés para vaga de Tite

Eduardo Baptista possui maior longevidade entre treinadores da Série A - Cristiano Andujar/Getty Images
Eduardo Baptista possui maior longevidade entre treinadores da Série A Imagem: Cristiano Andujar/Getty Images

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

13/08/2015 12h20

Na noite de quarta-feira, Eduardo Baptista poderia estar no outro banco de reservas durante o jogão Corinthians 4 x 3 Sport. 

Treinador revelação do Sport, em que iniciou a carreira, Eduardo foi nome colocado à mesa por Andrés Sanchez na discussão sobre quem substituiria Mano Menezes no Corinthians. Negociações não chegaram a avançar, sobretudo porque Tite sempre foi o favorito. Mas ele era, de fato, o plano B para a principal liderança política corintiana. 

As primeiras conversas com o representante Gilmar Veloz para que Tite voltasse aconteceram em outubro de 2014. A pedida de Veloz e do treinador assustaram o Corinthians e irritaram Andrés, sobretudo porque havia o consenso de que a folha salarial de 2015 não suportaria vencimentos no nível que o clube se acostumou a pagar nas três temporadas anteriores. A pretensão inicial passada a Roberto de Andrade foi de um ordenado na casa de R$ 800 mil. 

Aconselhado por pessoas próximas que já acompanhavam de perto o trabalho bem sucedido de Eduardo Baptista no Sport, Andrés, então, colocou o nome do treinador na mesa como alternativa. O gerente de futebol Edu Gaspar também pensava em Oswaldo de Oliveira, com quem trabalhou como atleta no próprio Corinthians no título do Mundial de Clubes em 2000. Mas era Tite o nome que, no fim das contas, agradava praticamente todos.

Agradava em especial, claro, ao futuro presidente Roberto de Andrade. Foi ele quem convenceu o treinador campeão do mundo a voltar com pouco mais da metade do salário que havia pedido no início das negociações, em outubro. Eduardo Baptista, dessa maneira, se manteve no Sport, mas até hoje segue bem cotado entre dirigentes corintianos.

Na noite de quarta-feira, o Sport de Eduardo ficou atrás do marcador duas vezes (0-1 e 1-3), mas buscou o empate em ambas. Sucumbiu apenas aos 42min do segundo tempo, com gol de pênalti convertido por Jadson sob muita reclamação. Mas enfrentou, de peito aberto, o Corinthians em dia inspirado.

Há ainda um componente histórico: o pai dele, Nelsinho Baptista, foi o primeiro treinador do Corinthians do então presidente Andrés Sanchez. O técnico foi contratado no dia 25 de setembro de 2007, duas semanas antes de Andrés ser eleito, e permaneceu até o fim do Campeonato Brasileiro que rebaixaria os corintianos.