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Roger nega dependência de Luan no Grêmio e fala em desgaste emocional

Do UOL, em Porto Alegre

16/08/2015 21h43

A atuação diferente do Grêmio não foi por conta da ausência de Luan, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Na visão de Roger Machado, a vitória suada diante do Joinville foi fruto de uma estratégia do adversário e de oscilação emocional do tricolor. O técnico citou o desempenho contra o Atlético-MG, reclamou do calendário, valorizou os zagueiros e elogiou Fernandinho – que entrou no intervalo e foi fundamental para a virada.

“Não é nem questão física, mas emocional conseguir manter o nível de concentração após o jogo forte em Minas. Quando ajustarmos nosso calendário teremos espetáculos melhores, pontos. O Joinville tinha transição de defesa-ataque com muita velocidade e bola parada forte. Por desatenção nossa, não houve cobertura e eles abriram o placar”, disse Roger.

O gol dos visitantes saiu aos três minutos do primeiro tempo, em cobrança de escanteio. Dali até o intervalo, o Grêmio sequer esteve perto de empatar. O Joinville teve outras duas chances vivas e perdeu. Os erros custaram caro para a equipe de Santa Catarina.

“No primeiro tempo nos fez falta justamente pelo motivo que o Fernando entrou: a vitória pessoal. Ele nos ajuda a desarmar sistemas bem armados. Mas não passou pela ausência do Luan a nossa dificuldade, mas sim por um adversário bem armado”, comentou.

Confira as outras respostas de Roger Machado em entrevista coletiva.

MUDANÇAS PARA CONSEGUIR A VIRADA

Para responder essa pergunta tenho que falar do início da partida. Não é nem questão física, mas emocional conseguir manter o nível de concentração após o jogo forte em Minas. Quando ajustarmos nosso calendário teremos espetáculos melhores, pontos. O Joinville tinha transição de defesa-ataque com muita velocidade e bola parada forte. Por desatenção nossa, não houve cobertura e eles abriram o placar. Associado a isso o tripé no meio-campo, com jogador marcando entrelinha o Douglas. A gente se impacientava, vinha atrás da linha da bola e impedia que volantes e zagueiros construíssem a jogada. Aí tínhamos pouca gente para seguir a jogada, ganhar campo. Esbarramos no bloqueio e o Joinville ainda conseguiu entrar duas ou três vezes. Depois as informações começaram a chegar ao campo e fizeram o Walace sair com a bola, empurrando o Maicon para a entrelinha e dizendo para o Douglas sair e levar o marcador. Voltamos para a partida, criamos chances para empatar. Nós imaginamos no intervalo que, além de ter amplitude que sempre temos, tínhamos de ter vitória pessoal para desarmar um sistema defensivo muito bem armado. Por isso a entrada do Fernando. Voltamos melhor e o segundo tempo foi bem melhor.

AUSÊNCIA DO LUAN PREJUDICOU

No primeiro tempo nos fez falta justamente pelo motivo que o Fernando entrou: a vitória pessoal. Ele nos ajuda a desarmar sistemas bem armados. Mas não passou pela ausência do Luan a nossa dificuldade, mas sim por um adversário bem armado. Com o PC é um time com proposta bem definida, defendendo no 4-1-4-1 e fazendo bloqueio baixo muito forte. Não passou pelo Luan, mas ele vem bem, claro. O Bobô não teve tantas chances, não criamos tantas chances. Mas ele se movimentou.

GRÊMIO COM DIFICULDADE PARA PROPOR JOGO

Não concordo, temos de analisar a forma e postura como as equipes nos enfrentam. O Joinville veio com bloco baixo e fechando muito, qualquer um teria dificuldades. Sport também veio assim. A nossa proposta de jogo é justamente treinada para que a gente consiga dar amplitude no campo, driblar essas nuances da partida, só que até os 25 minutos não conseguimos fazer.

BOBÔ TITULAR E NÃO FERNANDINHO

O Fernando não é jogador para jogar dentro dos zagueiros, mas para jogar no lado. De fora para dentro. O Bobô, perto do Douglas, nos daria como substituir o Luan. Não pensei em utilizar o Fernando ali pela característica.

GRÊMIO É O MELHOR MANDANTE

O fator local é importante, ainda mais quando se tem bastante torcida. O incentivo é importante o fator local precisa fazer diferença, claro. Isto ajuda na construção de um placar ou incentivar para uma virada como foi.

FERNANDINHO PEDINDO PASSAGEM PARA SER TITULAR

O Fernando quando tem entrado tem entrado bem. Com relação a esta posição, onde atuam Fernando, Giuliano, Yuri, Everton é uma posição extremamente desgastante. Fazendo com intensidade, no segundo tempo tenho de ter reposição. O Fernando tem entrado e mantido, elevado o nível. É uma competição saudável.

SUBSTITUTO PARA O LUAN

O Maxi não é o substituto do Luan, são funções completamente diferentes. O Maxi é um substituto para o Douglas, ele entrou e sentiu o ritmo forte. Depois entrou no jogo, por vezes cometeu o erro de vir buscar a bola e deixar faltando gente na entrelinha. Mas todos que entraram deram contribuição, com eles nós conseguimos virar.

SEGUNDO TURNO DO BRASILEIRÃO

Nunca se perde pontos de forma fácil, o ideal é vender caro.

SEQUÊNCIA FORTE TERÁ QUEDA

A ideia é manter o mesmo nível sempre, mas a partir deste momento o foco é na recuperação e não no treino. Este é o prejuízo. Você não pode acertar o que errou no último jogo, tem que trabalhar para recuperar. Não vou ter uma sessão para aprimorar o que erramos.

ERAZO AFIRMADO NO TIME TITULAR

A minha linguagem com os atletas é o treino. Ele é um jogador experiente, jogou Copa do Mundo. Realmente, ele tem atuado em altíssimo nível. O casamento dele com o Pedro fez muito bem aos dois. Quando a gente tem uma primeira linha sólida, é bom. Por isso faço questão de ter laterais mesmo. Eventualmente os zagueiros terão de fazer a vertical. Na briga com urso ou jacaré, quem ganha? Depende. Um jogador alto, forte se sair toda hora da área contra um atacante leve e pequeno, vai levar desvantagem. Por isso tenho laterais que deem proteção para manter meus ursos na área.

GALHARDO, A COMEMORAÇÃO E RELAÇÃO

A minha linguagem é o treino, o dia a dia. Eu já estive lá dentro e sei que por vezes a gente perde a confiança. Às vezes dentro do jogo, de um jogo para outro, de um tempo para o outro. Temos de estar mentalmente forte para superar isso. Desde que cheguei, não me recordo de uma atuação abaixo do Galhardo. Sempre com regularidade grande. Ele frequentou muito seleções de base, tem muito para acrescentar.