Topo

Primeira metade do Brasileiro mostra que Estaduais não são parâmetro

Ao lado de Eurico Miranda, Guiñazu ergue a taça de campeão carioca do Vasco após a vitória sobre o Botafogo - Felipe Dana/AP
Ao lado de Eurico Miranda, Guiñazu ergue a taça de campeão carioca do Vasco após a vitória sobre o Botafogo Imagem: Felipe Dana/AP

Do UOL, em São Paulo

17/08/2015 06h01

Aqueles que torcem o nariz quanto à capacidade dos Estaduais de mostrarem o potencial de um time na temporada têm mais um bom argumento para dizer que eles não são parâmetro. A primeira metade do Brasileirão, que teve o fim de seu primeiro turno no último domingo (16), indica que os campeões de cada Estado mais sofrem do que comemoram no Nacional e estão quase todos eles na segunda metade da classificação. Dos seis times que ganharam Estaduais, cinco estão abaixo da décima colocação.

O Vasco é o melhor exemplo disso. Campeão do Rio de Janeiro, o time tem só três vitórias, 13 pontos e é o lanterna do Campeonato Brasileiro. Em crise, demitiu Celso Roth e contratou Jorginho para tentar reagir. Para não ser rebaixado mais uma vez, precisará de um desempenho de G-4.

No Rio, o vice-campeão ainda foi o Botafogo, que conseguiu reação recente para voltar aos melhores da 2ª divisão. O Fluminense, eliminado na semifinal, é o 4º colocado.

Em São Paulo, o campeão é justamente o pior de todos os paulistas no Brasileirão. Com 24 pontos, o Santos está na 12ª colocação, atrás de Ponte Preta, São Paulo, Palmeiras e do líder Corinthians. Aqui, cabe ressaltar que o time de Tite poderia ter sido a exceção, já que liderou a primeira fase do Campeonato Paulista. Mas perdeu o embalo, acabou eliminado pelo arquirrival nos pênaltis e sofreu até na Libertadores posteriormente.

No Rio Grande do Sul, o exemplo volta a acontecer. O Internacional foi o campeão e causou uma crise no Grêmio. Concentrou-se na Libertadores e, após ser eliminado na semifinal, percebeu que seria tarde para reagir no Brasileirão. Na 11ª colocação, acumula uma vexatória derrota no Gre-Nal, demissão de Diego Aguirre e a decepção de ver o arquirrival brigando pelas posições de cima.

Ainda na região sul do país, o Atlético-PR chegou a lutar contra o rebaixamento no Campeonato Paranaense, mas é figura constante na briga pelo G-4. O Coritiba, que foi até a final, não consegue sair da parte de baixo da tabela. O Figueirense, que também levantou a taça em Santa Catarina, está apenas um ponto acima do rebaixamento. E o melhor do estado no Nacional é a Chapecoense.  

O Sport, que é outra figura constante no topo da tabela, era o único representante da Série A em seu Estado e não conseguiu o título. Ainda assim, no Brasileirão, está entre os melhores durante quase todas as 19 rodadas. O Goiás, campeão em sua casa, só briga para sair do Z-4.

Há uma exceção apenas entre os 10 primeiros colocados em 2015. Atlético-MG, campeão de Minas Gerais em 2015, é o vice-líder da competição. Na história dos pontos corridos, apenas Cruzeiro, em 2014 e em 2003, Fluminense, em 2012, e Flamengo, em 2009, conseguiram a dobradinha de ganhar o Estado e o país. Nas outras oito vezes, os campeões foram diferentes.