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Foi pênalti? Saiba como a CBF interpreta mão na bola ou bola na mão

Do UOL, em São Paulo

19/08/2015 06h00

A Comissão de Arbitragem da CBF enfrenta onda de protestos dos clubes após decisões polêmicas dos juízes. A maior reclamação do 1º turno do Brasileirão, que se encerrou no fim de semana, é sobre quando se deve marcar pênalti em lances com mão na bola.

Ao UOL Esporte, a CBF informou que todo os lances polêmicos são alvos de análise interna. A comissão de arbitragem elabora um relatório, onde é analisado o desempenho dos árbitros. Quando necessário, há o contato direto com o árbitro para falar sobre a atuação, com elogios e observações sobre os erros.

Veja mais: Arbitragem reage a críticas e diz que tecnologia da TV expõe juízes.

Confira os 3 principais pontos que a CBF considera necessários para marcar um pênalti com mão na bola:

1 - Se o jogador faz movimento para colocar ou não a bola

Mesmo que o toque seja involuntário, a arbitragem pode marcar pênalti, principalmente quando o braço ou mão estão longe do peito.

Neste caso (mão e braços longe do peito), a CBF argumenta que o atleta se descuida e assume risco de cometer infração dentro da área.

Na partida Atlético-MG 0 x 2 Grêmio (veja vídeo acima), o zagueiro gremista Erazo intercepta de forma involuntária chute de Leonardo Silva. O braço de Erazo estava longe do peito. O árbitro paraense Dewson Fernando Freitas da Silva não marcou.

2 - Distância entre o local de origem da bola e braço do jogador

Quanto maior a distância entre o local de origem da bola e braço do jogador maior é a chance de o árbitro assinalar penalidade.

No caso da mão na bola do corintiano Uendel, em clássico contra o São Paulo, o lateral estava distante do local onde foi desferida a finalização de Wesley (entrada da área). Houve tempo maior para tirar a mão em comparação a um toque de mão em disputa de bola. Nesse caso, porém, o juiz não marcou falta.

Já no jogo do Corinthians contra o Sport, a CBF entendeu que a arbitragem acertou ao marcar pênalti de Rithely, que interceptou a bola com o braço em lance com o corintiano Guilherme Arana (veja no vídeo acima).

"Pênalti claro no jogo [Corinthians x Sport]. Não há dúvidas, o Luiz Flávio [de Oliveira, juiz do jogo] acertou”, informou o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Correa.

3 - Velocidade da bola

A CBF informa que a velocidade da bola também é levada em conta na análise do que é ou não é pênalti.

A orientação é não marcar pênalti quando uma bola, em alta velocidade, bate no braço que não está esticado e longe do peito.

No jogo Cruzeiro x Flamengo, Pará intercepta a bola com o braço em disputa com Alecsandro. Antes de bater no braço, a bola desvia na perna de Pará. A bola vinha em alta velocidade.

Pará estava com o braço esticado e, portanto, assumindo risco de cometer pênalti. O árbitro não apitou pênalti. Detalhe: o juiz era Luiz Flávio de Oliveira, que marcou penalidade em lance parecido no jogo Corinthians 4 x 3 Sport.