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"Não sou Capitão Nascimento", diz Argel sobre 'estilo militar' do Inter

Argel Fucks descarta "ritmo militar" mas garante novas regras no Internacional - Jeremias Wernek/UOL
Argel Fucks descarta 'ritmo militar' mas garante novas regras no Internacional Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Do UOL, em Porto Alegre

22/08/2015 14h28

Argel chegou mudando parâmetros no Inter. A concentração, por exemplo, tinha deixado de existir e foi retomada. Após o treinamento da manhã deste sábado, os jogadores almoçaram no clube e foram imediatamente para o hotel. Com Diego Aguirre e antes com Abel Braga eles se apresentavam apenas à noite. E descartando o rótulo de 'clima militar', o treinador colorado disparou: "Não sou Capitão Nascimento". 

"Não existe cartilha nenhuma. Não é exército. Não sou o Capitão Nascimento (Personagem de Vagner Moura no filme Tropa de Elite). Agora, existe uma regra ou outra. Só colocamos horário. Acabamos com a 'caixinha'. Ninguém aqui está para tomar dinheiro de jogador. Não somos guardas de trânsito para aplicar multa em ninguém. A gente dá liberdade e cobra responsabilidade. O treino é no horário marcado. Têm que estar pronto porque é o dever deles (jogadores). Tem que estar pronto porque o jogador é um trabalhador normal. Tem direitos e deveres", explicou. 
 
Além disso, Argel Fucks proibiu o uso de telefone celular durante almoços e jantas nas concentrações do Internacional. Segundo ele, é necessário que os jogadores interajam durante as refeições. 
 
"Não proibimos o celular. Só que na hora do almoço, o atleta já fica 90% do tempo no quarto, não tenho nada contra as redes sociais, mas a partir do momento que vem para almoçar com todos juntos, tem que ter uma interatividade entre eles, conversar sobre a partida, passe, defesa, gol, e na janta a mesma coisa. São os 20 ou 30 minutos de janta e almoço que queremos interatividade. E já teve isso. A resposta foi espetacular. Tinha atletas que eu não tinha visto sorrir ainda. Diziam que era introvertido, não falava muito, e agora já vejo rir com os outros. Queremos isso. Colocamos uma regra de não poder usar telefone na hora do almoço e janta. E horários. Só isso. Não teve cartilha, não teve coisa nenhuma diferente. O futebol é simples", definiu. 
 
Argel, ainda, se disse surpreso pela falta de concentração no Internacional antes de sua chegada. Isso foi determinado ainda em 2014, com o técnico Abel Braga. Os jogadores abraçaram a ideia e apresentavam-se apenas à noite para permanecer no hotel onde o clube mantém tal regime. Não será mais assim. "É o normal do futebol. Estranho era não ter isso aqui no Internacional agora. Quando eu jogava, tinha", completou. 
 
O Inter volta a campo no domingo às 16h (horário de Brasília), para pegar o Atlético-PR. O jogo vale pela 20ª rodada do Brasileiro. Com Argel no comando, o time vermelho soma uma vitória e um empate.