Topo

Ronaldinho reencontra a "Massa do Galo", que evitou aposentadoria do craque

Bandeira usada pela torcida do Atlético e que foi determinante para Ronaldinho não se aposentar aos 32 anos - Bruno Cantini/Site do Atlético-MG
Bandeira usada pela torcida do Atlético e que foi determinante para Ronaldinho não se aposentar aos 32 anos Imagem: Bruno Cantini/Site do Atlético-MG

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

29/08/2015 06h00

Aos 35 anos de idade Ronaldinho vai ter uma tarde diferente no Maracanã. Consagrado, multicampeão e eleito o melhor jogador do mundo em duas oportunidades, o craque vai enfrentar o Atlético-MG pela primeira vez desde que deixou a Cidade do Galo, em julho do ano passado. Mais do que jogar contra muitos amigos que fez nos dois anos de Belo Horizonte, ele vai reencontrar a torcida do Atlético, como ele sempre fez questão de chamar de “Massa do Galo”.

Ronaldinho é ídolo dos atleticanos, um dos maiores na centenária história do clube. Não só pelos títulos, pelos gols, jogadas de efeito e invencibilidade no Estádio Independência. Mas principalmente pela maneira de tratar o Atlético, quase sempre chamado por ele apenas de Galo, mascote do clube, e também a relação com os torcedores. Foram raros os jogos que o “Mito”, como é chamado pelos atleticanos, não foi até a principal facção da torcida da torcida para agradecer o incentivo.

Aliás, foi esse apoio que fez Ronaldinho Gaúcho seguir a carreira de jogador. Tão logo que chegou à Cidade do Galo, o meia descobriu que Dona Miguelina, sua mãe, estava com câncer. Longe de casa por mais de uma década, o jogador chegou a pensar na aposentadoria, para cuidar da mãe ficar mais próximo dela. No entanto, um gesto da torcida do Atlético fez toda diferente.

No dia 23 de setembro de 2012 o Atlético empatou sem gols com o Grêmio, pelo Brasileirão. Enquanto o time entrava em campo, subiu uma bandeira com a imagem de Ronaldinho beijando a Dona Miguelina. A partir de então o craque se tornou atleticano. Relato feito ao UOL Esporte por pessoas que conviviam com o jogador e pelo próprio R10, em entrevista à Rede Globo.

“Eu vivi muita coisa no último ano, foi punk, mas estava lá. Na hora que a minha mãe estava doente, quando levantaram a bandeira que desceu a cara da mãe, eles me abraçaram e eu falei: vou com eles agora até o final”, disse o emocionado Ronaldinho, ainda no início de 2013, antes de conquistar a tão sonhada Copa Libertadores.

O agradecimento aos atleticanos se repetiu meses depois, em julho de 2014. Durante a coletiva de despedida, o eterno camisa 10 do Atlético voltou a falar sobre a importância da torcida alvinegra na sequência de sua carreira. “O momento mais emocionante foi quando estava pensando parar e veio todo o carinho, por causa do problema da minha mãe. Por muitas coisas o Galo é inesquecível para mim”.

E no que depender dos atleticanos que vão ao Maracanã, neste domingo, Ronaldinho pode se emocionar novamente. A torcida alvinegra pretende homenagear o ídolo antes da partida.