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Chegou o dia. Atlético vai enfrentar um dos maiores ídolos de sua história

Ronaldinho Gaúcho recebe o Galo de Prata do ex-presidente Alexandre Kalil na despedida do Atlético-MG - Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG
Ronaldinho Gaúcho recebe o Galo de Prata do ex-presidente Alexandre Kalil na despedida do Atlético-MG Imagem: Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

30/08/2015 07h11

“Esse menino veio e nos fez muito feliz aqui e trouxe para nós atleticanos uma valorização muito grande e uma geração de novos atleticanos”, disse o ex-presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, durante a despedida de Ronaldinho, em julho de 2014. O craque ano deixou por menos e respondeu na mesma altura. “Vou poder dizer que eu tenho uma segunda casa. O que eu fiz aqui foi minha segunda. Posso estar morando em qualquer lugar do mundo, mas sei que aqui é minha casa. É um lugar que fiz algo e que devo muito, para o resto da minha vida”.

Foram apenas 25 meses, pouquinho do que dois anos juntos, mas o suficiente para tornar Ronaldinho um ídolo eterno dos atleticanos e tornar Gaúcho em torcedor do Mineiro, como o clube é tratado no continente americano e que R10 ajudou a conquista-lo e divulgar a marca alvinegra.

“Além da humildade e simplicidade que ele tratava todo mundo. No jogo contra o México, ele teve que ir para o ônibus por causa de uma invasão no treino. Contra o Santa Fe, na Colômbia, ele foi aplaudido pela torcida e deu uma volta olímpica. São situações que mostram o que ele representa no futebol brasileiro e mundial”, lembrou o goleiro Victor.

Muito para um clube que não conquista o Brasileiro desde 1971 e desde então colecionou estaduais, duas Conmebol e muitas decepções. Ronaldinho fez o Atlético deixar de ser o time do quase para ser o time campeão. Com ele foram duas conquistas internacionais, uma Libertadores e uma Recopa. Depois dele já veio uma Copa do Brasil e os amigos que continuam na Cidade do Galo buscam o Brasileiro, que se tornou uma obsessão entre os torcedores.

Mas o Ronaldinho que ajudou a revolucionar o Atlético, que deu uma áurea vencedora ao clube, não era aquele do Barcelona, eleito duas vezes o melhor do mundo é considerado o jogador da década 2001 a 2010. Era o Ronaldinho do Flamengo, que estava em baixa com a torcida, vaiado e bastante cobrado, especialmente por não render em campo para justificar o salário superior a R$ 1 milhão. Ronaldinho que foi campeão no Milan, fez gols importantes, mas também abaixo do nível daquele R10 que encarava o Mundo com a camisa do clube catalão.

Esse Ronaldinho voltou a encantar e ser mágico. No Atlético ele encontrou paz, estabilidade e motivação para voltar a sonhar. Grandes títulos e seleção brasileira eram os objetivos. As conquistas e as convocações vieram. O que faz Ronaldinho ter um carinho diferente com o Atlético.

“Para essa criançada e para a torcida do Galo não é um adeus, é um até breve. Porque vou continuar vindo aqui, vou continuar visitando meus amigos. Estou deixando muita gente aqui. A torcida do Galo para mim é eterna e vou com eles até o fim. É um até breve”, disse o craque em sua despedida.

Não veio a convocação para a Copa do Mundo, como não vieram o Mundial de Clubes e nem o Brasileirão. Mas nada o bastante para abalar a relação entre Ronaldinho e o Atlético/atleticano. O Ronaldinho do Barcelona, mas também do Atlético. E o Atlético de Ronaldinho, com ou sem estátua pela conquista da Copa Libertadores de 2013.

“Foi uma brincadeira. Queira entrar para história conquistando títulos e eu consegui. O resto não passa de brincadeira, pois conseguir o que eu queria”.