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Argel pediu para o Inter não tirar o pé contra o Vasco: "É do futebol"

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

02/09/2015 22h37

O Internacional foi para o intervalo vencendo por 2 a 0 e no segundo tempo transformou a vitória em maior placar do Campeonato Brasileiro em 2015. E Argel tem influência nisso. No vestiário, o treinador pediu para o Colorado não tirar o pé, não reduzir o ritmo, sob pena de mostrar indolência e até desrespeito, nas palavras do técnico.

“Quando você faz 2 a 0 constrói um placar importante, mas que não é decisivo. Não dá para tirar o pé do acelerador. Era preciso pisar mais, matar de vez a partida. A gente cansou de ver times levarem a virada de 3 a 2. Acho que o primeiro tempo foi seguro. Com boa articulação. No segundo tempo não nos acomodamos, isso que cobramos. Falamos para buscar o jogo, para ir atrás do terceiro, do quarto, do quinto. Isso é futebol, não se acomodar. Não achar que o jogo está definido. Isso é um grande erro”, disse Argel.

A vitória por placar histórico, a maior derrota do Vasco em todas as edições do Campeonato Brasileiro, fez o ex-zagueiro falar por quase 30 minutos. A entrevista coletiva teve elogios a Anderson, autor da assistência para o sexto gol da partida, garantia de retorno a D’Alessandro e exaltação aos treinos.

“A gente não fez mais do que nossa obrigação, tínhamos de nos recuperar. Vínhamos de uma derrota e o futebol ensina que quando perde não precisa fazer tempestade em copo d’água. E nem quando ganha tudo está certo. O jogo passou pelo treinamento, trabalhamos intensamente a bola parada e temos jogadores que batem bem na bola, bons jogadores pelo alto. Faltava trabalhar e trabalhamos. Futebol é repetição e a equipe conseguiu fazer o que fez por humildade, por foco”, afirmou.

 

D’ALESSANDRO OU ANDERSON

O D’Alessandro é meu capitão, meu homem de confiança. O Anderson fez uma partida boa, já disse que ele está babando para ter uma chance. Ele sabe que tem uma sombra boa, tem Alex e D’Alessandro. Sabe que pode jogar junto com eles, mas o que eu quero é aquilo que o Anderson fez. É preciso mostrar atitude e vi o Anderson acompanhando lateral mesmo com placar de quatro ou cinco a zero. O Anderson pode dar isso. Ele estava há cinco meses sem rotina de treino, um jogador que treinou uma semana e foi para o jogo. Aí vem a cobrança. Nós estamos preparando o Anderson. Claro que eu fico satisfeito, um dos meus desafios é recuperar o Anderson. Ele não tem 33 anos, é preciso ter fome para jogar futebol. Eu vi isso, vi um garoto bom querendo. Não tenho dúvida que o Anderson vai brigar pela titularidade. Ele podia entrar só dando biquinho, mas entrou humilde. Isso serve para o Anderson, para o Lisandro. Tive uma conversa com o Lisandro e o Nico, jogadores que o Diego Aguirre trouxe. Eu falei que queria eles felizes aqui, confiantes. Quero que eles nos ajudem, a partir daquela reunião eu disse que eles seriam meus jogadores. O grupo está muito tranquilo e focado. Sabe que tem um treinador justo.

VITINHO SUSPENSO E LISANDRO NO TIME

O Vitinho estava com o terceiro amarelo. Acabamos tirando ele. O time nós vamos treinar na sexta-feira. Não dá para preparar o jogo contra o São Paulo, a gente vai desmerecer o adversário. A gente queria dar chance para o Lisandro, ele não tinha jogado 45 minutos comigo e o Vitinho poderia ser expulso. Pensamos só no jogo com o Vasco.

VENCER FORA PARA CRESCER

Não podemos falar sobre o jogo de sábado, temos de falar do jogo de agora. Mas entendo. Primeiro, é muito pouco tempo de trabalho. Segundo, é nítido que jogar sábado pela manhã gera uma diferença grande. E uma coisa clara é que quando nossa equipe está descansada, recuperada, o volume de jogo é maior. A velocidade é maior. Às 11h a cabeça quer, mas o corpo não ajuda. A perna não é a mesma. Há uma diferença grande, é preciso ir com calma.