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3º técnico do Cruzeiro no ano, Mano Menezes garante: "Vou ser o último"

Mano Menezes é apresentado na Toca da Raposa como novo técnico do Cruzeiro - Thiago Fernandes/UOL
Mano Menezes é apresentado na Toca da Raposa como novo técnico do Cruzeiro Imagem: Thiago Fernandes/UOL

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

04/09/2015 13h17

Mano Menezes chegou, na manhã desta sexta-feira, à Toca da Raposa II para substituir Vanderlei Luxemburgo, demitido na segunda-feira passada. O gaúcho será o terceiro treinador do clube na atual temporada, depois de Luxa e Marcelo Oliveira, que esteve no clube entre janeiro de 2013 e junho deste ano. Em sua primeira entrevista coletiva, o técnico já garantiu que será o último a ocupar o cargo em 2015.

“Vou ser o último (técnico) na temporada. Já acertei com o presidente e o diretor que vou ser o último na temporada. Tenho conhecimento o suficiente e experiência para saber o que devo fazer nesse momento”, declarou o comandante.

Sobre a dificuldade de assumir o Cruzeiro, atualmente na 15ª colocação do Campeonato Brasileiro, com 25 pontos, dois a mais que o Avaí, primeiro da zona de rebaixamento, ele não titubeou.

“Técnico de um modo geral não foge de desafios desse tamanho e num clube da grandeza do Cruzeiro e num clube que te propõe fazer um trabalho um pouco mais longo. É um tempo suficiente para construir algo mais permanente. Temos que passar pelos clubes e deixar algo. Em duas temporadas e quatro meses (contrato até dezembro de 2017), é possível construir algo para deixar ou juntar tudo isso que o Cruzeiro tem como estrutura, que é diferenciada em termos de Brasil”.

Em relação ao elenco que terá à sua disposição na Toca da Raposa II, o treinador revela que tem confiança:

“Temos muitas coisas boas, porque senão fica parecendo que temos que construir tudo. Temos que aceitar que é necessário melhorar e construir algo para o futebol brasileiro. Temos que ter esse entendimento por parte de vocês, da imprensa. Temos que nos unir se realmente queremos um futebol melhor, como um todo”, concluiu.

Confira, abaixo, as principais respostas do novo treinador do Cruzeiro:
Passagem em 1997
Dizer primeiramente ao presidente e ao Bruno que é um prazer ter a oportunidade de assumir o comando técnico do Cruzeiro. O clube que me proporcionou em 1997 o primeiro estágio com um técnico profissional de futebol, quando estava aqui o Paulo Autuori e, no ano que, coincidentemente, o Cruzeiro conquistou o bicampeonato da Libertadores. É uma relação de respeito, admiração, gratidão e que esteve junto dos motivos pelos quais assumi essa responsabilidade tão pronto quanto recebi o convite.

Momento do Cruzeiro
O Cruzeiro tem uma emergência para resolver. Ele não pode ficar na colocação que está no Campeonato Brasileiro. É bem verdade que isso que está acontecendo com o Cruzeiro aconteceu com outras equipes vencedoras. Às vezes, um grupo muito parecido encontra obstáculos que faz correr caminhos diferentes. Essa é uma coisa da intimidade, que se comenta publicamente. Costumo trabalhar com transparência com os jogadores para que, em um curto espaço de tempo, a gente possa se recuperar.

Tempo fora do futebol
Há algum tempo eu gostaria de fazer o nível 4 da Uefa e não havia condição de fazê-lo por estar trabalhando, porque o curso exige uma dedicação integral de 45 dias, com aulas de 9h da manhã às 20h. Eu fiz em Portugal, também pela questão da língua. Eu me programei para executar essa minha intenção no mês de maio. Como sobrou um tempo antes disso, eu fui estudar um pouco de inglês, uma barreira que o técnico brasileiro tem e precisa melhorar. Acompanhei futebol mundial, vi as tendências, tentei ver tudo aquilo que está acontecendo com o futebol brasileiro neste momento para atender a nova expectativa que se criou no futebol brasileiro. Todos falam em futebol ofensivo. Algumas equipes costumaram fazer isso, como o Cruzeiro fez nos últimos dias. Tinha que me preparar melhor como treinador para oferecer aquilo que o nosso torcedor quer ver.

Conhecimento do elenco do Cruzeiro
Temos um conhecimento de todos os jogadores que atuam no mercado nacional, temos a obrigação de fazer isso. Acompanhar, fazer relatório de jogadores. Temos um membro da comissão técnica que fazia parte da comissão técnica anterior, que é o Deivid. Logicamente, vamos contar com as informações internas para pular etapas, porque não temos tempo para fazer tantas observações. Quero definir o mais rápido possível a forma de a equipe jogar, mas sempre em cima de uma maneira que possa fazer um rodízio com uma ou outra peça. Vou dar a eles essa segurança, espero tomar as decisões corretas para que possamos fazer a coisa certa num curto espaço de tempo. Em termos de jogos, é um período que funciona muito pouco o treinamento. Isso faz parte do entendimento de como se deve treinar. Não se pode perder um minuto fazendo algo que não acrescente nada. Os jogadores vão, a partir dessa situação, encontrar uma capacidade de crescer juntos.

Paulo André
Não tivemos nenhuma turbulência no Corinthians e nenhuma conversa especial quando cheguei aqui. Não deixo ninguém ficar entre o técnico e o treinador. Quando surgiu uma proposta para o Paulo André sair do Corinthians, nós conversamos. Estávamos iniciando uma renovação e tomamos a decisão que interessava ao Paulo e ao Corinthians. Sempre conduzo essas situações dessa forma, com raras exceções. Às vezes, o jogador não quer. Ele tem o direito de não querer. Às vezes, eu não quero, tenho o direito de não querer.

Leandro Damião
Esses jogadores, mesmo não atravessando um grande momento, são goleadores por natureza. Eu penso que respeitar as características deles é a parte principal. Se utilizá-lo como o atacante principal do Cruzeiro, tenho que entender que o tipo de bola que se oferece para o Damião é diferente da que se oferece para o Vinícius ou para o Marinho. Isso não acontece só na palestra, falando. Você precisa repetir para que se possa tirar melhor de um atacante como ele. Mesmo assim, ele já tem 16 gols na temporada. Mesmo não atravessando um grande momento, ele tem números significativos.