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Um pênalti e dois destinos. O lance que marcou Victor e Riascos para sempre

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

04/09/2015 06h10

Em 2013 o Atlético-MG do goleiro Victor foi campeão da Copa Libertadores, depois de eliminar o Tijuana-MEX do atacante Riascos, nas quartas de final. Ambos foram protagonistas em um dos momentos mais marcantes da vitoriosa trajetória alvinegra. O camisa 1 do Atlético defendeu um pênalti batido pelo colombiano aos 47 minutos do segundo tempo, no Independência. O resultado final foi o empate em 1 a 1 e classificação brasileira à semifinal.

Um gol de Riascos mudaria tudo. O Tijuana classificaria, Victor poderia não teria a idolatria que tem hoje e o próprio atacante poderia viver dias melhores. Se para o goleiro a defesa marcou e impulsionou a carreira, com títulos e convocação para Copa do Mundo, Riascos sofre desde então. O rendimento com a camisa do Tijuana não se repetiu nas outras equipes que defendeu. Aliás, foram quatro clubes em pouco mais de dois.

Victor colhe até o hoje os frutos daquele pênalti. É verdade que ele pegou outros na semifinal e final da Libertadores de 2013. Mas tudo só foi possível com a defesa na noite de 30 de maio de 2013. Data que virou especial para a torcida atleticana. O goleiro reconhece que tudo mudou a partir daquele momento.

“Esse é o tipo de lance que marca a carreira do atleta. Esse é o lance mais marcante da minha carreira e me colocou num patamar diferente na minha carreira e na relação com o torcedor do Atlético”, disse Victor às vésperas do primeiro reencontro com Riascos, que aconteceu no primeiro turno do Brasileirão. Mais uma vez o goleiro levou a melhor e o Atlético venceu o Vasco por 3 a 0.

Enquanto Victor é titular e ídolo dos atleticanos, ao ponto de ter o contrato renovado até 2019, mesmo faltando dois anos para o término do vínculo que estava em vigor, Riascos sofre no Vasco. Assim como sofreu no Pachuca, no Monarcas Morelia e no Cruzeiro. As equipes que defendeu desde que deixou o Tijuana, marcado pelo pênalti perdido diante do Atlético.

Em pouco mais de dois anos foram somente 13 gols em 77 jogos. Números somados de todos os clubes que ele defendeu desde que parou no pé esquerdo de Victor. Criticado pela torcida cruzmaltina, o atacante perdeu espaço na equipe principal. Titular nas primeiras partidas sob o comando de Jorginho, Riascos foi reserva contra o Internacional.

O novo reencontro está marcado para este sábado, às 18h30, no Maracanã. Em alta, Victor ainda sonha com o título do Campeonato Brasileiro. A distância para o Corinthians é grande, são sete pontos, mas o goleiro atleticano mostra a confiança e acredita na reação. O que é possível para um clube que esteve perde de ser eliminado da Libertadores com um pênalti já nos acréscimos do segundo tempo.

“Não existe essa de talvez ainda brigar pelo título. A gente está brigando pelo título”.

Do outro lado, como titular ou opção de banco, Riascos tenta fazer o milagre da vez. São 15 derrotas em 22 jogos e saldo negativo de 33 gols. O Vasco precisa ter o mesmo aproveitamento que tem vice-líder Atlético para conseguir escapar do rebaixamento. Um fardo muito grande para um jogador que vive em baixa desde maio de 2013.