Topo

Da crise ao G-4! Como Oswaldo transformou o Fla em menos de um mês

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/09/2015 06h10

A fase virou no Flamengo em menos de um mês e tem ligação direta com Oswaldo de Oliveira. Contratado em 20 de agosto, o técnico assumiu um Rubro-negro na 13ª posição do Campeonato Brasileiro e em crise após a saída de Cristóvão Borges. O time da Gávea emplacou seis vitórias consecutivas e chegou ao G-4.

Nem sequer a eliminação para o Vasco na Copa do Brasil atrapalhou a transformação promovida por Oswaldo. Do acerto do sistema defensivo ao fim da “Guerrero dependência”, o Flamengo realmente mudou e deixou para trás a briga contra a degola. O Rubro-negro evoluiu justamente quando o Brasileirão toma forma para a reta final.

Veja as transformações de Oswaldo no Flamengo:

Fim da peneira

A defesa do Flamengo era um ponto crítico sob os comandos de Vanderlei Luxemburgo e Cristóvão Borges. As falhas nas bolas aéreas transformaram qualquer cruzamento em autêntico pesadelo para o torcedor. O time levou gols seguidos desta forma e o feito se repetiu até na estreia de Oswaldo. O Rubro-negro venceu o São Paulo por 2 a 1 de virada, mas sofreu o tento rival em uma pane defensiva. A partir daí o treinador corrigiu os erros e arrumou o setor. Nas seis vitórias consecutivas no Brasileirão, o time sofreu apenas três gols - dois em cobranças de pênaltis.

Solução para a 'Guerrero dependência'

Oswaldo criou uma forma na qual o Flamengo não depende apenas de Paolo Guerrero - Pedro Martins/AGIF - Pedro Martins/AGIF
Oswaldo criou uma forma na qual o Flamengo não depende apenas de Paolo Guerrero
Imagem: Pedro Martins/AGIF

Oswaldo de Oliveira foi surpreendido logo na segunda partida no comando do Flamengo. Em clássico contra o Vasco pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o técnico perdeu o atacante Paolo Guerrero com uma entorse no tornozelo direito. Já foram cinco jogos sem a principal contratação da temporada e nenhum lamento. O substituto Kayke correspondeu, balançou as redes quatro vezes e fez o que parecia impossível: a fanática torcida não sentir falta do peruano. Ficou a certeza de que na ausência do camisa 9 o Rubro-negro será bem representado pelo número 27.

Descoberta do 'camisa 10'

Desde o início da temporada a torcida rubro-negra cobrava a contratação de um camisa 10. O time sentia a falta de um articulador e a “ligação direta” foi utilizada inúmeras vezes nas partidas. A diretoria trouxe Ederson e lhe deu o número outrora vestido por Zico. O meia marcou três gols e mostrou que pode ser útil, já que ainda está em período de readaptação ao futebol brasileiro. Mas quem apareceu e se consolidou na função de organizador das jogadas foi Alan Patrick. A torcida abraçou e o jogador surpreendeu com a qualidade no papel.

Segurança nas laterais

A cobertura pelos lados do campo era mais um problema do Flamengo antes da chegada de Oswaldo de Oliveira. Ayrton e Pará jogaram na lateral direita, enquanto Anderson Pico, Armero e Jorge atuaram na lateral esquerda. Com o técnico, Pará e Jorge cresceram de produção. Inclusive, o primeiro deixou as vaias para trás e colheu aplausos na vitória sobre o Cruzeiro no Maracanã. Mais do que isso. Os laterais tornaram-se peças fundamentais no esquema implantado e também funcionam como importantes válvulas de escape.

Banco decisivo

Luiz Antonio marcou um golaço sobre o Cruzeiro e se tornou novamente importante no elenco - Pedro Martins/AGIF - Pedro Martins/AGIF
Luiz Antonio marcou um golaço sobre o Cruzeiro e se tornou importante no elenco
Imagem: Pedro Martins/AGIF

Com desfalques causados por lesões, suspensões e convocações, Oswaldo precisou contar com o banco de reservas para emplacar as seis vitórias seguidas. Alguns jogadores importantes aparentemente foram recuperados e contribuíram da maneira esperada. Paulinho ganhou espaço e marcou um golaço contra a Chapecoense, Luiz Antonio também fez um belo gol sobre o Cruzeiro. Marcelo Cirino, Jonas e César Martins foram alguns dos nomes que completaram a lista. O técnico tem a certeza de que pode confiar no banco quando necessário, assim como os reservas respeitam suas escolhas.

Retorno de Paulo Victor

O bom desempenho dos jogadores de linha teve na segurança de Paulo Victor retaguarda fundamental. O goleiro fraturou a perna e foi substituído pelo jovem César durante boa parte do Brasileirão. O reserva viveu alguns bons momentos, mas as falhas deixaram a torcida angustiada. A volta do camisa 48 devolveu a confiança e a certeza de que o time está bem representado debaixo das traves. Oswaldo confia no goleiro e a partir dele constroi o que acredita ser uma equipe sólida e capaz de surpreender ainda mais no Brasileirão.