Troca no comando da Minas Arena afasta Atlético do Mineirão mais uma vez
Neste domingo um dos maiores jogos do futebol brasileiro vai ser disputado no Estádio Independência. Atlético-MG e Flamengo vão se enfrentar para cerca de 20 mil pagantes. Só a venda antecipada superou a marca de 17 mil entradas. Mas não era para ser assim, era para ser no Mineirão. A vontade da diretoria atleticana era de mandar este clássico nacional para o Mineirão, que tem a capacidade três vezes maior do que a do estádio do Horto.
Mesmo com o novo Mineirão reinaugurado, o Atlético optou pelo Independência em 2013 e 2014. Uma das exceções foi justamente contra o Flamengo, pela Copa do Brasil, com mais de 40 mil pagantes. A chegada de Daniel Nepomuceno na presidência alvinegra aproximou o clube do estádio. Em 2015 foram cinco jogos por lá como mandante, quatro do Brasileirão.
Depois de enfrentar Joinville, Sport, São Paulo e Grêmio no Mineirão, a ideia era jogar mais vezes também no segundo turno. No entanto uma troca no comando da Minas Arena, empresa que administra o estádio, dificultou as negociações. Severiano Braga era o gerente de operações da Minas Arena e o responsável por reaproximar Atlético e Mineirão.
Com a saída de Braga aumentou a dificuldade em negociar novos contratos, o que era feito a cada partida do Atlético no Mineirão. Sem perspectivas de evolução nas conversas o presidente Daniel Nepomuceno já havia confirmado para o Independência o confronto com o Corinthians, pela 33ª rodada do Brasileirão, que pode ser uma final antecipada.
Entre os dez maiores públicos da competição até agora, sete são da dupla Atlético e Flamengo. Se os cariocas são os recordistas da edição com quase 70 mil pagantes na derrota para o Coritiba, o Atlético aparece na lista quatro vezes, todas nas partidas que mandou no Mineirão. Inclusive a arrecadação bruta do Atlético no estádio é de R$ 6,4 milhões, equivalente a 55% do total.
Se fora de campo as diretorias de Atlético e Minas Arena se mostram distantes de um acordo, para quem está lá dentro tem um lado positivo. O volante Leandro Donizete não esconde que a preferência dos jogadores é pelo Independência. “A gente não escolhe não. Lógico que no Mineirão lota, a torcida vai em peso e dá mais de 50 mil. Mas eu prefiro o Independência. Criamos uma identidade boa ali, a gente sabe jogar bem ali e por isso eu prefiro jogar ali”.
O técnico Levir Culpi foi outro que não lamentou a falta de acordo. Apesar de gostar de jogar no Mineirão para 50 mil torcedores, o treinador atleticano entende que no Horto é possível fazer mais pressão sobre os adversários.
“Isso é uma coisa que nós vamos ficar discutindo sempre. Jogadores e treinadores têm suas preferências, mas sinceramente, neste caso não. Nos sentimos muito bem no Independência e a torcida do Atlético participa também. É como se fosse um teatro, torcida muito próxima do gramado. As dimensões do gramado são iguais e também nos sentimos bem no Mineirão. Sem dúvida nenhuma que o ambiente, a pressão, a atmosfera fica mais quente no Independência”.
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