Cláusula de 'mão dupla' salva Inter em dívida com D'Alessandro

O Internacional deve para D’Alessandro, mas uma cláusula contratual tem ajudado a aliviar a situação. Com salário baseado na cotação do dólar, o meia renovou vínculo no final do ano passado e aceitou inserir no documento um item considerado de ‘mão dupla’: artigo que prevê congelamento das cifras mediante flutuação de 20% ou mais no preço da moeda estrangeira.

A cláusula foi acrescentada no contrato de D’Ale em outubro do ano passado, quando ele renovou até o final de 2017. Ela diz que caso o valor do dólar caia ou suba 20% ou mais do que isto, a cotação não é considerada. O acordo é visto como uma espécie de salvo conduto para ambos os lados.

Para o Inter, garante que o salário de sua principal estrela não ganhe aumento expressivo. Para o jogador é segurança de não perder dinheiro em um cenário de desvalorização da moeda estrangeira. Dono do maior contracheque do Beira-Rio, D’Alessandro assinou novo contrato sem aumento salarial na cifra bruta.

À época, a renovação de D’Alessandro foi até taxada de manobra eleitoreira. Por ter ocorrido às vésperas da disputa eleitoral e por ter sido conduzida e sacramentada pelo então vice de futebol Marcelo Medeiros, que se lançou candidato à presidência e acabou derrotado por Vitorio Piffero.

O Internacional não revela o tamanho da dívida com D’Alessandro, mas confirma que tem valores em aberto e apresentará, nas próximas semanas, uma proposta para quitar o débito. O clube tem adotado uma estratégia no mercado: oferecer quitação com a cotação retroativa ao período em que o acordo foi celebrado. Esta pode ser a postura também com o camisa 10.

Na sexta-feira, o Inter anunciou ter quitado R$ 20 milhões em dívidas com bancos. O clube, porém, tomou novos empréstimos desde janeiro e já tem acertado aquilo que chama de ‘financiamento’: um novo empréstimo, mas no valor de R$ 60 milhões. Com juros diferenciados e parcelamento em 48 meses.