Topo

5 razões explicam Fábio ter maior salário do Cruzeiro no próximo triênio

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

01/10/2015 06h00

Na tarde dessa quarta-feira, horas após o treinamento comandado por Mano Menezes, o Cruzeiro findou uma novela que durava desde julho deste ano e renovou o contrato de Fábio por mais três temporadas. Para que pudesse confirmar a permanência do goleiro, a diretoria entrou num consenso com o empresário João Sérgio e fez com que o atleta se tornasse o mais bem pago da Toca da Raposa II. Mas por que o camisa 1 conta com este privilégio? O UOL Esporte explica.

Antes de listar os motivos, a reportagem recapitula a declaração do presidente Gilvan de Pinho Tavares na manhã de quarta-feira, pouco tempo antes de o goleiro assinar o novo compromisso, com duração até julho de 2018. O dirigente credita a permanência do atleta à sua idolatria e ao fato de estar ambientado a Belo Horizonte.

“Fizemos uma proposta ao Fábio que não conheço ninguém da posição que ganhe. Ele era um dos maiores e, agora, será o maior salário do clube, certamente. Nunca tive dúvidas que ele iria renovar o contrato. Não vejo o Fábio jogando em outro clube aqui no Brasil. Não vejo o Fábio envergando outra camisa”, comentou.

“Depois ele tem os negócios dele todos aqui na capital, uma família ligada à cidade nossa. Nunca consegui imaginar o Fábio fora do Cruzeiro. Estabelecemos um limite, porque temos responsabilidade com o clube. A gente não pode fazer loucura, temos que trabalhar com os pés no chão. É preciso estar com as contas enxutas. Você não pode fazer aventura e pagar no futuro. Então, olhando todos esses detalhes, fizemos a proposta máxima que poderíamos fazer para o Fábio. Hoje nenhum outro clube tem condições de igualar essa proposta e para sair em igualdade de condições, eu tenho certeza que ele não vai sair”, acrescentou.

Após a explicação do cartola, confira cinco motivos para a permanência do ídolo na Toca da Raposa II:

1) Atleta que mais defendeu o Cruzeiro
A primeira explicação para o acordo remete ao passado. Contratado em 2005, junto ao Vasco, o goleiro alcançou a sua décima temporada pelo clube. Neste ano, o atual camisa 1 alcançou a marca de 657 partidas no triunfo sobre o Coritiba, domingo passado, no Mineirão. O número é um recorde e não deve ser ultrapassado tão cedo. O segundo colocado, Zé Carlos, parou de jogar na década de 1970 e conta com 633 compromissos pelo clube. Dentre os atletas do atual elenco, o volante Henrique é o que mais se aproxima, com 289.

2) Bicampeão brasileiro
O número de jogos é favorável a Fábio, mas não apenas isso. O jogador faturou as duas edições mais recentes do Campeonato Brasileiro com a camisa do Cruzeiro. Em 2013, ele foi preponderante para o título da equipe, tal qual ocorreu no ano seguinte, quando ajudou Éverton Ribeiro e companhia a chegar a mais um troféu. O goleiro ainda foi fundamental para a ida à decisão da Copa do Brasil.

3) Salvou o clube da degola em 2011
Nem só de títulos e recordes é marcada a trajetória de Fábio na Toca da Raposa II. Em 2011, o goleiro foi um dos principais nomes na luta contra o rebaixamento. Ele não participou da 38ª rodada, quando o time comandado à época por Vagner Mancini aplicou 6 a 1 no arquirrival Atlético-MG, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, mas esteve em campo durante toda a campanha que culminou na briga pela permanência na divisão de elite do futebol brasileiro.

4) Idolatria e liderança
Depois de tudo o que passou no Cruzeiro – recorde de jogos, títulos e luta contra rebaixamento –, é normal que Fábio fosse visto como um ídolo por parte da torcida. E o goleiro é, mas não somente por conta do passado. O camisa 1 esbanja carisma e educação quando se encontra com os apaixonados pelo clube, seja na Toca da Raposa II ou no próprio Mineirão. O arqueiro faz questão de atender a todos com autógrafos e fotografias. Dentro do vestiário, é um dos líderes e exerce com primazia esta função. Não à toa segue como capitão do time desde a passagem de Adilson Batista pela agremiação, entre 2008 e 2010.

5) Quem seria o substituto?
Esta talvez seja a pergunta mais difícil de se responder. Atualmente, o Cruzeiro conta com outros três nomes para a função de defensor da meta. Além do titular absoluto, Rafael, Elisson e Alan estão à disposição de Mano Menezes. Na ausência do camisa 1, o substituto imediato é Rafael. Ele já entrou em situações complicadas, como o próprio 6 a 1 – citado no terceiro tópico –, mas ainda não tem o mesmo respaldo do dono da posição. Elisson também já foi testado e não comprometeu. Alan nem sequer teve uma oportunidade em jogo oficial.