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Árbitro de Chapecoense 5 x 1 Palmeiras garante que não teve ajuda externa

Jailson afirmou que recebeu apoio após a decisão tomada na partida - Almeida Rocha/Folhapress
Jailson afirmou que recebeu apoio após a decisão tomada na partida Imagem: Almeida Rocha/Folhapress

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

05/10/2015 20h30

Menos de 24 horas depois de ser o protagonista de uma confusão durante a partida entre Chapecoense e Palmeiras, o árbitro Jailson Macedo de Freitas garantiu que não precisou de ajuda externa para voltar atrás na marcação de uma falta. O lance, inicialmente, resultou na expulsão do lateral esquerdo Egídio, que voltou ao jogo pouco depois.

Em entrevista ao UOL Esporte, Jailson contou como se deu o fato mais polêmico da 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. O árbitro conta que houve uma falha na comunicação do rádio. O problema, segundo ele, é recorrente e já aconteceu em outras partidas.

UOL Esporte: O que houve de errado no lance do Egídio?

Jailson Macedo de Freitas: Eu vou deixar muito claro para todos da imprensa. Houve algo que vocês estão querendo saber e o assunto é em relação a interferência externa. Eu garanto que não houve interferência externa, até porque isso é proibido, é expressamente proibido pela Fifa. Nós não podemos (fazer isso) em hipótese alguma. Isso foi decidido com a arbitragem e o problema foi comunicador que não estava 100%, oscilou muito. Na verdade a gente prepara o comunicador no vestiário e no vestiário fica 100%, mas quando vai para o campo de jogo não só neste jogo, em outros jogos já aconteceu, isso não é sempre. A gente não sabe se é interferência de antena e comigo já aconteceu também.
Como percebeu o erro?
O assistente 1, Bruno Boschilla, estava mais próximo do lance. Só que eu não fui até ele porque os jogadores ficaram fazendo aquela pressão. Então eu fui até ao assistente e ele me disse que tinha sido só na bola. Então o que deve ser potencializado é a atitude nobre, é o acerto. Isso é que tem de ser potencializado. Eu garanto que não houve interferência externa em hipótese alguma.
Por que a demora na questão da expulsão?
Eu dei atenção ali para os atletas, porque tem de ouvir. Eu ouvi o Fernando (Prass), eu ouvi o Egídio e disse para eles: 'eu vou até o assistente, pois o rádio não está funcionando'. O assistente já estava perto com o quarto árbitro. E o assistente passou a informação de que tinha sido na bola. Então eu resolvi a decisão porque o jogo não tinha sido reiniciado. Isso aí está dentro da normalidade.
Quem informou no vestiário para o Egídio voltar a campo?
Isso aí eu não posso falar. Eu estava dentro de campo e a função do delegado não é essa, eu não vou polemizar esta questão. No momento que você está ali com os atletas e revoga uma situação o atleta que tomou o cartão, seja amarelo ou vermelho, vai volta, porque o cartão não vai ter validade. Os jogadores do Palmeiras perguntaram se o cartão estava cancelado. Eu disse que sim. Na imagem eu estou envolvido com os outros atletas e nem vi onde estava o atleta expulso. Eu estava conversando com o Fernando Prass e com o Arouca.
O Sérgio Corrêa ligou para você?
Nós temos todo o apoio de todos da nossa comissão de arbitragem. Nós temos a nossa família, nossos amigos que passaram mensagens de apoio, falando da atitude nobre. Eu recebi várias mensagens sobre a atitude nobre de ter acertado, de ter voltado atrás, porque nós somos seres humanos e nós temos que reconhecer o erro. É uma coisa tão normal o presidente ligar. Ele está no comando e quer saber de todas as coisas. Mas eu não quero entrar em detalhes.
Por que você não relatou na súmula o erro da expulsão e do gol?
Na verdade, nós não relatamos na súmula referentes aos rádios. Nós não relatamos esta questão.
O Arnaldo Cezar Coelho disse que você está sobrecarregado. Você está mesmo?
Não, estou tranquilo. O assunto de ontem do jogo não tem nada a ver com outras escalas, até porque eu tinha feito um jogo há quase uma semana. Então eu estava altamente descansado.