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Título é difícil? Grêmio encontra outros motivos para lutar no Brasileiro

Grêmio tem razões de sobra para ainda lutar no Brasileirão deste ano - Lucas Uebel/Grêmio
Grêmio tem razões de sobra para ainda lutar no Brasileirão deste ano Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

08/10/2015 07h36

Nove pontos atrás do líder do campeonato faltando nove rodadas para o fim. É difícil ver o Grêmio na luta pelo título brasileiro. Em terceiro na classificação, o clube gaúcho não se dá por vencido. Mesmo reconhecendo que não está fácil acreditar que terminará em primeiro, o Tricolor encontra razões para lutar. 

São motivos simples e que vão desde peculiaridades do clube até observações básicas. Dinheiro, autoestima, não correr riscos. Tudo isso passa pela lista gremista de razões para jamais desistir do encerramento da temporada. 
 
"O discurso tem que ser realista, conseguir a classificação o mais rápido possível para a Libertadores. Se possível brigar pelo título. É um sonho e vamos trabalhar para encurtar a distância do Corinthians e conquistar os pontos", disse o zagueiro Pedro Geromel.
 
A reportagem do UOL Esporte elencou cinco razões que, sob a ótica gremista, embalam o time neste encerramento de Brasileirão, deixando uma disputa que, em tese, é tranquila, já que  a vaga na próxima Libertadores está encaminhada, ainda mais interessante. 
 
1) O segundo ganha mais

16.ago.2015 - Time do Grêmio comemora gol de Rafael Galhardo contra o Joinville - Lucas Uebel/Divulgação Grêmio - Lucas Uebel/Divulgação Grêmio
Imagem: Lucas Uebel/Divulgação Grêmio

A premiação do Brasileirão é muito interessante. Em admitida crise financeira, o Grêmio luta pelos R$ 6 milhões que recebe o vice-líder do campeonato. A premiação é R$ 2 milhões maior do que o valor oferecido ao terceiro. Assim, a meta de receber mais motiva os gaúchos nos jogos decisivos, já que a classificação para Libertadores é idêntica do vice e do terceiro. 
 
2) Planejar com paciência

Diretor executivo de futebol do Grêmio, Rui Costa, e presidente Romildo Bolzan Júnior no CT do clube - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

O quanto antes o Grêmio confirmar a vaga na próxima Libertadores, poderá passar a planejar o ano que vem. O investimento em jogadores será maior com a vaga na competição continental. Depois de passar 2015 controlando cada centavo que gastava na reformulação do elenco, poderá ser o momento de investir o dinheiro guardado para quebrar o jejum de títulos. 
 
3) Fugir da pré-Libertadores

Luan marca o segundo gol do Grêmio contra o Atlético-PR, em confronto válido pelo Campeonato Brasileiro - GERALDO BUBNIAK/AGB/ESTADÃO CONTEÚDO - GERALDO BUBNIAK/AGB/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: GERALDO BUBNIAK/AGB/ESTADÃO CONTEÚDO

É evidente que classificar-se para a fase preliminar da Libertadores é pior que entrar na fase de grupos. Por isso, ser terceiro é muito melhor que ser quarto no Brasileirão, já que a quarta vaga vai para a disputa de mata-mata antes da fase de grupos. Hoje o Grêmio tem seis pontos na frente do Santos. Se entrar direto na fase de grupos, poderá aproveitar melhor a pré-temporada e não correrá o risco de se despedir da Libertadores com apenas dois jogos. 
 
4) Resgatar a autoestima do torcedor

Grêmio vence o Avaí por 3 a 1, em Porto Alegre. Jogadores comemoram gol - Lucas Uebel/Grêmio - Lucas Uebel/Grêmio
Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Ser vice-campeão não terá o mesmo efeito de um título. Mas poderá, de alguma forma, resgatar a autoestima do torcedor gremista. Abalados pela falta de conquistas (o Grêmio não ganha um título sequer desde 2010 e título grande desde 2001), os aficionados precisam de boas campanhas para acreditarem em dias melhores. Se for vice, o Grêmio terá o posto pela terceira vez desde 2008. Não é muito, mas já é alguma coisa. 
 
5) Referendar a política de gastos

Everton comemora segundo gol do Grêmio contra o Goiás, na Arena - Lucas Uebel/Grêmio - Lucas Uebel/Grêmio
Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Até então, o Grêmio gastava muito e tinha campanhas semelhantes a deste ano. Agora, gastou praticamente nada, investiu na formação de jogadores e conquistou resultado semelhante. Ter o vice-campeonato ou um fim de Brasileirão satisfatório irá referendar a política de 'gastar o mínimo possível' com uma campanha tão boa quanto em momentos que a folha salarial era o dobro da atual e os jogadores contratados custavam milhões. Sem gastar, o resultado foi o mesmo, ou seja, a equação é positiva para o futuro do clube.