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Tite e seus triângulos. Veja em detalhes como ele criou o líder Corinthians

Equipe corintiana foi desenhada por Tite antes de retornar ao clube em 2015 - Ricardo Taves/Agência Corinthians
Equipe corintiana foi desenhada por Tite antes de retornar ao clube em 2015 Imagem: Ricardo Taves/Agência Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

15/10/2015 06h00

O líder Corinthians ainda é, na cabeça do treinador Tite e de sua comissão, uma equipe em fase de acabamento.

Nas partidas da fase final do Brasileiro, como o duelo desta quinta-feira contra o Goiás, em Itaquera, eles esperam afirmar de vez o sistema pensado com base em um jogo de triângulos. É na soma das figuras geométricas que Tite desenvolveu um futebol de posse de bola, transição ao ataque muitas vezes com bola no pé e que busca sempre a superioridade numérica no setor onde está a bola.

O auxiliar técnico Cléber Xavier dá a explicação. "Esse desenho vai de encontro ao conceito que temos que é de posse de bola. (...) Esse sistema facilita a formação dos triângulos. O nosso sistema que é o 4-1-4-1 proporciona essa facilidade com dois jogadores em cada beirada", conta.

O triângulo da direita no time ideal é formado por Fagner, Elias e Jadson. No lado oposto, por Uendel, Renato Augusto e Malcom. Na retaguarda, por Gil, Felipe e Ralf.

Há momentos do Campeonato Brasileiro que deixam clara a eficácia dessa filosofia de jogo. O gol marcado por Guilherme Arana diante do Palmeiras, por exemplo, surge em triangulação pela esquerda entre Malcom, Renato Augusto e ele. Da mesma forma, Elias fez diante do Figueirense em lance combinado no setor direito com Jadson e Edílson. Nos dois casos, os jogadores que faziam o triângulo inverteram de posicionamentos (ver imagens abaixo).

A compactação de todos os pedaços da equipe, com e sem a bola, também é facilitada por esse sistema. Na fase defensiva, Ralf, o volante à frente dos zagueiros, forma um triângulo com Gil e Felipe - ou quem atue por ali. A movimentação dele em proteger o centro, a direita ou a esquerda é sempre baseada na movimentação dos dois defensores que estão logo atrás. É tudo minuciosamente coordenado.

"A primeira função do Ralf, ou do Bruno Henrique ou do Cristian, que também jogam ali, é fazer parte da linha de quatro defensiva", resume Cleber Xavier.

Nos treinamentos desde o começo do ano, a comissão técnica ainda aperfeiçoa a metodologia de trabalho para tentar tornar a posse de bola uma marca cada vez mais forte do Corinthians. Impedir a superioridade dessa ideia de jogo é a meta dos jogadores do Goiás e do treinador Artur Neto, há três semanas no cargo.

O Corinthians lidera o Brasileiro com 61 pontos, dois a mais do que o Atlético-MG, que tem um jogo a mais (venceu o Inter na noite de quarta-feira).

VEJA EXEMPLOS DOS TRIÂNGULOS DE TITE

Triângulo Corinthians 1 - Reprodução - Reprodução
Jogada entre Malcom, Renato Augusto e Guilherme Arana terminou em gol no clássico contra o Palmeiras
Imagem: Reprodução

triangulação corinthians - Reprodução - Reprodução
Lance entre Edílson, Jadson e Elias resultou em gol diante do Figueirense
Imagem: Reprodução

triangulação corinthians 3 - Reprodução - Reprodução
Movimentação defensiva do único volante (Ralf) é coordenada à dos zagueiros (Gil e Felipe)
Imagem: Reprodução

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS x GOIÁS

Data/Horário: 15/10/2015, às 19h30 (de Brasília)
Local: Arena Corinthians, São Paulo (SP)
Árbitro: Wagner Reway (MT - Asp Fifa)
Auxiliares: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS - Asp Fifa) e Fabio Rodrigo Rubinho (MT - CBF)
TV: Premiere

CORINTHIANS: Cássio; Edílson, Gil, Edu Dracena e Guilherme Arana; Ralf; Jadson, Rodriguinho, Renato Augusto e Malcom; Vagner Love. Treinador: Tite

GOIÁS: Renan; Gimenez, Felipe Macedo, Fred e Diogo Barbosa; Ygor, David, Patrick e Felipe Menezes; Erik e Bruno Henrique. Treinador: Artur Neto.