Malcom e Arana já racharam ônibus, escola e até pão com ovo no Corinthians
Não é por falta de entrosamento no lado esquerdo que o Corinthians ficará sem o título do Campeonato Brasileiro.
Guilherme Arana e Malcom, ambos de 18 anos cada um, são bem mais que companheiros de clube desde 2008, quando o atacante chegou ao Parque São Jorge e se tornou inseparável do colega lateral esquerdo. A amizade de ambos uniu as famílias Oliveira e Arana e registrou histórias até hoje lembradas como os ônibus que apanhavam juntos, os tempos no Colégio Alvorada e até o dia em que, por um instante, se pensou que tudo estava perdido.
"Em uma de nossas viagens, quando eles tinham 11 anos, eu perdi o Malcom", conta Cintia, mãe de Guilherme Arana.
"Fomos viajar e paramos em uma cachoeira. Estava todo mundo junto, eu não tirava o olho do Malcom. Nessas horas, você cuida mais do filho dos outros que do seu. E, por alguns minutos, ficou todo mundo procurando, gritando e ele estava no banheiro de uma lanchonete, todo tranquilo", brinca Cintia.
Ela, segundo o próprio Malcom, é sua segunda mãe. A ponto de, no primeiro dia das férias escolares, seu telefone sempre tocar.
"O Malcom vinha para a minha casa no primeiro dia das férias e só ia embora no último. Era todo o mês na minha casa. A avó dele falava que ele ia me incomodar, mas eu falava para a Flávia (mãe de Malcom) que não tem problema, pode deixar. A gente morava em Sapopemba, ele na Vila Formosa, que é próxima", explica Cintia, madrinha do irmão mais novo do atacante corintiano. Uma das paixões do atacante alvinegro, até os dias de hoje, é o pão com ovo preparado pela avó de Guilherme Arana.
Entre viagens, pipas, videogame e lanches, nasceu uma amizade rara no futebol. "Nós somos maloqueiros, nos entrosamos, começamos a zoar todo mundo e viramos grandes irmãos", explica Malcom. "Minha mãe trata ele como filho e a dele também. Só tenho a agradecer por tudo o que eles fizeram por mim", diz ainda o atacante corintiano.
Hoje, Malcom é titular absoluto do líder Corinthians, posição que Arana tem ocupado com destaque durante a lesão de Uendel. Mas, entre 2008 e 2013, principalmente, a realidade era diferente. As famílias não tinham carro, então Cintia acordava os garotos às 6h da manhã para apanhar o ônibus até o Parque São Jorge, onde a base jogaria. "Não quero que nos vejam como coitadinhos.Tenho muita saudade dessa época e faria tudo de novo", diz a mãe de Guilherme.
Já durante a adolescência, ambos começaram a ser representados pela empresa Art Sports e conseguiram subir na vida. Então o caminho até o clube ficou diferente: "eles compraram o carro antes, porque eu estava pensando em comprar uma casa, então me davam carona para a gente treinar desde os tempos de Guarulhos, onde treinava a base", conta Malcom, garçom para o primeiro gol do amigo entre os profissionais, diante do Palmeiras.
Descritos pelos funcionários do clube como garotos educados, Arana e Malcom orgulham Cintia. "São garotos muito ligados na família", resume a mãe do lateral esquerdo sobre a dupla que já conquistou Tite e agora quer a maior conquista de suas carreiras, o Brasileirão 2015.
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