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Victor mantém atleticanos acreditando. 'Milagres' têm até cura de câncer

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

29/10/2015 06h00

Por três segundos o torcedor do Atlético-MG pensou que o Campeonato Brasileiro estava perdido de vez. Esse foi o tempo entre o passe de Biro-Biro para Cesinha e o desarme de Victor com a perna esquerda, mais uma vez. O novo milagre do goleiro atleticano, aos 48 minutos do segundo tempo, evitou o empate da Ponte Preta e reacendeu a esperança do atleticano.

Apesar de a diferença para o Corinthians ser de oito pontos, para muitos aquele desarme não foi em vão. O próprio goleiro deixou o gramado do Independência com esse sentimento. “Foi um lance delicado, um momento importantíssimo da partida, tive a felicidade de fazer a leitura certa e consegui desarmar bem o Cesinha, sem fazer falta. Fiquei feliz por ter ajudado no finalzinho”, argumentou Victor logo depois da partida com a Ponte.

Aliás, os “milagres” de Victor só reforçam a confiança do atleticano. Neste Brasileiro mesmo teve o pênalti no clássico com o Cruzeiro. O goleiro do Atlético defendeu a cobrança do atacante Willian, aos 46 minutos do segundo tempo, e garantiu mais um pontinho para o time alvinegro. Lances que se juntam ao grande momento do arqueiro, que foi a defesa do pênalti batido por Riascos, na Libertadores de 2013.

E olha que até cura de câncer foi atribuída a Victor. Quem conta esse milagre é o vice-presidente do Atlético, Manuel Bravo Saramago. “Naquele jogo contra o Tijuana, eu gritei quando ele defendeu o pênalti e minha garganta doeu bastante. Fui ao médico e verifiquei que tinha um câncer na garganta. Por causa daquele grito descobri a doença e propiciou tratamento precoce, determinante para conseguir a cura”, revelou o dirigente, que hoje está com 71 anos e agradece ao goleiro pela defesa em 2013.

“Então, se não estava sabendo, você salvou minha vida”, disse Saramago a Victor.

Católico e canonizado pela torcida do Atlético, o goleiro sabe muito bem como lidar com a situação. Como o próprio jogador diz, o apelido São Victor do Horto é apenas coisa de torcida. “Isso é uma simbologia, uma brincadeira entre torcedores. É preciso parar de achar coisa ruim em tudo. Não tem apelo religioso. Se fosse algo ruim, eu seria o primeiro a chamar atenção. Não tenho pretensão de ser um santo de Igreja”, disse Victor ao UOL Esporte, em maio.

Com um goleiro acostumado a grandes proezas e um time capaz de viradas incríveis, o atleticano tem motivos para seguir acreditando. Para Victor, a luta vai ser até o final, passando pelo confronto direto com o Corinthians, neste domingo “A gente está no páreo, tudo pode acontecer, vamos lutar até o fim. O Atlético já demonstrou ser um time de superação, quem sabe não fazemos outra história com uma grande reviravolta no Campeonato Brasileiro?”.