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Apesar da boa campanha, Atlético-MG tem 2015 cheio de marcas negativas

O mexicano Atlas venceu o Atlético-MG duas vezes em 2015, assim como fizeram Atlético-PR e Corinthians - AFP PHOTO/Hector Guerrero
O mexicano Atlas venceu o Atlético-MG duas vezes em 2015, assim como fizeram Atlético-PR e Corinthians Imagem: AFP PHOTO/Hector Guerrero

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

03/11/2015 06h00

Segundo colocado no Campeonato Brasileiro com 62 pontos e praticamente garantido na Copa Libertadores de 2016. Campeão mineiro e com 99,8% de possibilidade de jogar o próximo torneio continental, o ano alvinegro não pode ser considerado ruim. Mas poderia ser melhor. Apesar da boa campanha no Brasileirão, a equipe de Levir Culpi tem algumas marcas negativas, que há muito o clube não tinha.

O desempenho dentro de casa é o primeiro grande exemplo. Entre 2012 e 2014 foram somente quatro derrotas como mandante, isso em mais de 100 jogos. Tanto que o Estádio Independência se tornou o mais temido do futebol brasileiro no período. Mas em 2015 o ‘caiu no Horto, tá morto’ perdeu força. Já são cinco derrotas como mandante nesta temporada.

Resultados que acabaram com algumas boas sequências. O primeiro revés foi diante do Atlas, do México, pela Libertadores, quebrando uma marca de 20 jogos de invencibilidade como mandante no torneio continental. Depois foi a vez de cair os tabus no clássico com o Cruzeiro (11 jogos sem perder), no Mineirão (não havia perdido como mandante) e a pior derrota no Independência.

Derrotas que aumentaram não só dentro de casa, apesar de o Atlético fazer sua melhor campanha como visitante no era dos pontos corridos. O time de 2015 deixou o campo derrotado em 17 oportunidades, números superiores aos de 2012 e 2014. Já em 2013 foram 19 derrotas, mas em 71 partidas. Por enquanto, a equipe de Levir jogou 59 vezes.

Números ruins muito em função do desempenho defensivo. O pior do Atlético no Campeonato Brasileiro desde 2011. Nas últimas oito rodadas, mesmo na briga pelo título, o time alvinegro sofreu três goleadas, para Santos, Sport e Corinthians. Resultados que praticamente acabaram as chances de título, hoje restritas a 0,03%.

No elenco do Atlético desde 2012, o volante Leandro Donizete sabe o motivo de o time oscilar tanto nesta temporada. Uma equipe capaz de grandes vitórias e ótimas exibições a fiascos históricos, como sofrer quatro gols com a equipe principal depois de quatro anos. Além de analisar o momento, o camisa 8 do Atlético dá pistas sobre o que é preciso fazer para voltar ainda mais forte em 2016.

“Mudou bastante, as peças fundamentais. Em 2012 e 2013 o nosso time só tinha macaco velho, como se diz na nossa linguagem. Quando precisava os caras estavam ali, não corria do jogo. Não que o pessoal corra agora, mas era diferente, os caras eram feras. Agora é uma molecada nova, começando, mas tem muita qualidade”, avaliou Leandro Donizete, que também deu pistas sobre o que é preciso fazer para voltar ainda mais forte em 2016.

“Acho que tem que fortalecer sim. Um centroavante para jogar junto do Pratto, ou no dia que o Pratto não estiver iluminado o cara entrar e nos ajudar. Um lateral, tem que qualificar o time, porque o Campeonato Brasileiro é isso aí. É muito longo e se você não tiver peças de reposição não consegue levar. Espero que eles (diretoria) fortaleçam o nosso grupo, que já é muito bom, não tem briga, não tem nada, mas acho que precisa melhorar um pouquinho”, completou o volante, fazendo referência aos muitos campeões que deixaram a Cidade do Galo nos últimos meses, como o zagueiro Réver, o volante Pierre, os meias Bernard, Guilherme e Ronaldinho e os atacantes Diego Tardelli e Jô.